Morreu a cantora e atriz Annie Cordy
Foram as canções de estilo festivo, com Tata Yoyo à cabeça, que tornaram Annie Cordy famosa. Mas ao longo de sete décadas esta belga nascida a 16 de junho de 1928 em Laeken, perto de Bruxelas, com o nome de Léonie Cooreman teve uma carreira eclética, tendo trabalhado como atriz com realizadores como René Clément olu Pierre Granier-Deferre, além de ter entrado em várias produções para a televisão.
Esta sexta-feira ao fim da tarde, os bombeiros foram chamados à sua residência, tendo constatado a morte da cantora de 92 anos, de ataque cardíaco. A notícia foi confirmada à AFP pela sua sobrinha Michèle Lebon, que vivia com ela.
Revistas, cinema, televisão, Annie Cordy fez de tudo. E como cantora tinha no repertório mais de 700 canções, das quais pelo menos 40 podem ser consideradas sucessos - de Tata Yoyo, que a tornou famosa, a La Bonne du Curé, Ça ira mieux demain, Cho ka ka O.
Filha de um carpinteiro e da dona de uma mercearia, Annie Cordy cresceu a ouvir discos e com a rádio sempre ligada. Aos 8 anos, a mãe inscreve-a nas aulas de dança de uma escola com prestígio. E logo em 1944 surgem os primeiros contratos para atuar na sala de espetáculos Ancienne Belgique, em Bruxelas. Antes do fim da década gravas os primeiros discos e aos 18 anos entra na sua primeira revista.
É em palco que se faz notar por Pierre-Louis Guérin, diretor artístico do Lido em Paris. E em 1950 chega à capital francesa já com o pseudónimo de Annie Cordy. É aí que conhece François-Henri Bruneau, conhecido por Bruno, o seu futuro marido. 17 anos mais nova do que Bruno, Annie casa em 1958. O marido será também o seu manager durante mais de 40 anos.
No cinema atua ao lado de nomes como Bourvil ou Jean Gabin e como cantora faz par com Sasha Guitry ou Luis Mariano, ao lado do qual entra no musical Le Chanteur de Mexico.
Muito procurada pelas televisões nos anos 70 e 80, em 1989 perde o marido.
Parisiense quase toda a vida, é perto de Cannes que decide passar os últimos anos da sua vida, acompanhada pela sobrinha Michèle, a que todos chama Mimi. Aos que lhe falavam da reforma, Annie Cordy gostava de dizer: "Estou tão ocupada que quando morrer nem vou dar por isso".