Metamersion significa metâmeros (estímulos) e imersão. Este nome é de um ciclo de eventos que mistura arte, tecnologia e saúde humana. .Este projeto da Fundação Champalimaud está de volta para a sua terceira edição que arranca hoje e durará até sábado na Warehouse, antigo armazém da DocaPesca, em Lisboa. O tema desta edição é Healing Algorithms. “Temos a oportunidade de convidar o público para ver novas formas de tecnologias terapêuticas que estão em desenvolvimento”, afirmou aos jornalistas Joe Paton, coordenador do programa de Neurociências da Fundação Champalimaud. .Neste três dias, os visitantes poderão interagir com várias instalações criadas por artistas. “Nós aqui convidamos artistas e mostramos os seus trabalhos, ou, então, os artistas trabalharam com cientistas e engenheiros da Fundação para desenvolver novas instalações”, explicou Paton. .A programação conta também com três conversas sobre performance e movimento corporal, criação de ambientes imersivos usando tecnologia, psicadélicos ou peças artísticas e os desafios éticos da utilização da Inteligência Artificial. Estas conversas contam com oradores de diferentes áreas, incluindo João Brito, diretor de performance e investigação na Federação Portuguesa de Futebol e os bailarinos Sofia Dias e Vítor Roriz. .Haverá ainda um menu criado pelos chefs João Augusto e Filipe Camacho com ajuda e sugestões de Inteligência Artificial (IA). “ É muito importante manter os seres humanos na linha. A IA é uma ferramenta. As pessoas precisam de perceber o que estas ferramentas são capazes de fazer e como podem ajudar. Não é para substituir, mas para facilitar ou melhorar”, mencionou Joe Paton. .Ao entrar nos antigos armazéns de pesca, a primeira instalação é a ConsonâncIA . Segundo Eric Lacasse, um dos responsáveis deste projeto, a instalação facilita a união das pessoas através da interação com máquinas. A experiência começa com uma conversa com um robot , onde depois o utilizador é convidado a explorar a sua dor. “A projeção interativa irá refletir como a dor desse utilizador se relaciona com a dor dos outros. É uma relação espacial, em que podemos comparar o sofrimento e a dor”, explica Filipe Mendes, membro da equipa responsável pelo projeto. .Numa das primeiras salas haverá uma atuação de dança multimédia do grupo Opiyo Okach. À medida que os bailarinos vão dançando pela sala, estão a controlar uma imagem que está a ser projetada numa tela através de refletores que se encontram no corpo. “O movimento é um interface entre o ser humano e a IA. Esta tecnologia é fundamental para o nosso programa na área de terapias digitais, porque é este sistema que torna possível localizar um ponto no corpo com precisão de um milímetro”, explicou Joe Paton. .Outra das instalações é um jogo de realidade virtual, chamado Synth Riders - Digital Dance Therapy. Ao meter os óculos, o jogador tem de destruir blocos azuis, amarelos e rosa, mexendo os braços e criando assim uma dança. “A dança é uma das formas mais poderosas de lidar com a depressão. É uma das oportunidades para testar a dança como terapia”, explicaram os responsáveis pelo projeto. .Synth Riders - Digital Dance Therapy é um jogo de realidade virtual, que pretende ajudar na cura de doenças como depressão..Oceans of Mind é mais um das instalações . Em duas televisões é transmitida uma simulação do diálogo humano de uma situação traumática. “O propósito disto é basicamente para ser usado na terapia . Se a pessoa teve algum tipo de evento traumático, ela pode tentar definir isso como uma história e colocar isso no sistema. A pessoa também vai ser capaz de intervir com a simulação, implantando os pensamentos e as ideias no discurso”, sublinhou Fatima Molley. .A Oceans of Mind transmite uma simulação do diálogo humano de uma situação traumática nas televisões..A entrada no evento é gratuita.