Maria Callas no cinema: 5 filmes (e 4 óperas)
Graças ao admirável filme de Pablo Larraín, Maria, com Angelina Jolie (estreado quinta-feira nas salas portuguesas), estes são tempos de revisitação da prodigiosa voz de Maria Callas (1923-1977) e, em particular, da sua trajetória no cinema.
Em boa verdade, a filmografia de Callas como atriz reduz-se a um título: Medeia (1969), a tragédia de Eurípedes revista e recriada por Pier Paolo Pasolini. É um filme marcante na multifacetada produção europeia da década de 60 em que, ironicamente, a presença de Callas não envolve o canto, “apenas” a invulgar vibração dramática do seu rosto e da sua presença.
Pontualmente, a cantora lírica foi personagem de alguns filmes, como acontece no retrato de Grace Kelly, Grace do Mónaco, em que Callas surge interpretada por Paz Vega. Seja como for, não haverá cena mais célebre com a voz de Callas como aquela em que, no filme Filadélfia, Tom Hanks escuta a ária La mamma morta. Sem esquecer que, como acontece no recente Beetlejuice Beetlejuice, até mesmo a comédia mais surreal pode integrar a herança de Callas - aqui vai fica uma breve memória da sua história cinematográfica.
Filme: MEDEIA (1969), de Pier Paolo Pasolini
(trailer original)
Filme: FILADÉLFIA (1993), de Jonathan Demme
Ópera: Andréa Chenier (1896), de Umberto Giordano
Ária: La mamma morta (Maddalena) / cena do filme
Filme: PASOLINI (2014), de Abel Ferrara
Ópera: O Barbeiro de Sevilha (1816), de Gioachino Rossini
Ária: Una voce poco fa (Rosina) / concerto de 1959
Filme: GRACE DE MÓNACO (2014), de Olivier Dahan
Ópera: Gianni Schicchi (1918), de Giacomo Puchini
Ária: O mio babbino caro (Lauretta) / cena do filme
Filme: BEETLEJUICE BEETLEJUICE (2024), de Tim Burton
Ópera: Lucia di Lammermoor (1838), de Gaetano Donizetti
Ária: Regnava nel silenzio (Lucia) / gravação de 1959