Fotógrafo português expõe em Sevilha retratos de forcados da Festa Brava
Com o inspirado nome "Forcados, os Últimos Gladiadores", a exposição que o fotógrafo português Rafael G'Antunes hoje inaugura no Centro Cultural da Fundação da Caja Rural Del Sur, e que pode ser visitada até dia 29 de setembro, leva a nossa Festa Brava ao país vizinho.
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Numa série de retratos, Rafael G"Antunes "convoca o rosto como definidor de um espaço de ação imagética e emotiva, que apela à contemplação do observador, propondo-lhe a sua própria construção narrativa". Todos os retratos foram realizados quase imediatamente após a pega de caras, sendo a emoção a marca mais visível.

© Rafael G"Antunes
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Com uma experiência de várias décadas como fotógrafo freelancer sobretudo em títulos económicos, Rafael G'Antunes procurou neste trabalho "penetrar numa manifestação cultural portuguesa, cuja referência escrita conhecida mais antiga data de 1258, e que hoje é alvo de críticas e tentativas de extinção por parte de alguns partidos políticos e organizações defensoras dos direitos dos animais", explica a organização, adiantando que a exposição propõe uma reflexão sobre a necessidade, ou não, "de transmutações nos universos simbólicos do Património Cultural Imaterial - neste caso concreto a Tourada à Portuguesa - alicerçados em memórias coletivas enraizadas ao longo de séculos".

© Rafael G"Antunes
Com apoio da Caixa de Crédito Agrícola de Mafra, apoio logístico da Associação Nacional de Grupos de Forcados e o apoio institucional da Protoiro, o trabalho de Rafael G"Antunes (Lisboa, 1977) propõe refletir e explorar, com recurso à imagem fotográfica, "tensões e dinâmicas transitórias nos conceitos de identidade, memória coletiva e individual, e de Património Cultural (quer seja material ou imaterial) quando confrontados com a compressão do espaço geográfico - através do encurtamento da noção de tempo - que a mundivisão e os progressos tecnológicos impuseram à Humanidade".

© Rafael G"Antunes
Na inauguração, o presidente da Fundação Caja Rural Sur, José Luis García-Palacios, agradeceu "o esforço do autor em recolher com grande qualidade esta tradição portuguesa que é necessário preservar como parte da cultura do país vizinho."