Exclusivo Davide Groppi cria luz como se escrevesse canções
Encara a luz, com que trabalha desde jovem, como uma linguagem que lhe permite contar histórias e chegar aos corações dos outros. Davide Groppi esteve em Lisboa, a convite da Embaixada de Itália, para celebrar o Dia do Design Italiano no mundo.
Não se considera um designer de raiz. Antes, um inventor que aspira à liberdade dos cantautores, de que falará várias vezes ao longo desta conversa. É, por isso, que encara cada nova coleção como um álbum de inéditos, cujo êxito depende da capacidade de seduzir os outros. Davide Groppi esteve em Lisboa na semana passada, para a celebração do Dia do Design Italiano no mundo, que teve lugar na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, num debate-conferência presidido pelo embaixador de Itália em Portugal, Carlo Formosa. Com um currículo impressionante, Groppi (Prémio Compasso d'oro ADI em 2014 e Prémio Compasso d"Oro Menzione d'Onore em 2016), trabalha para residências privadas, hotéis, restaurantes (entre os seus clientes tem chefs como Albert Adrià e Massimo Bottura), museus, mas também cria peças individuais, que podem ser adquiridas em lojas selecionadas. O seu grande objetivo é criar uma iluminação que faça sentido, mas que não se imponha. "Contribuo para construir o cenário mas não roubo a cena", diz-nos este apaixonado pelo chiaroscuro de Caravaggio e pelo espírito lúdico de surrealistas e dadaístas.
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Como começou a trabalhar a luz?
Não sei bem porquê mas comecei muito cedo, talvez com 22 anos. Como acontece com muitas pessoas, sentia a necessidade de expressar o meu lado mais artístico e a luz afigurou-se-me uma boa maneira de contar histórias. Nessa altura eu conheci o trabalho do meu grande mestre, Ingo Maurer, e fiquei completamente fascinado.