Com Cristina Ferreira fora, Diana e Maria brilham na loja
A saída abrupta de Cristina Ferreira da SIC e das manhãs, em julho, surpreendeu todos, obrigou a soluções de recurso e.... abriu vagas para novos rostos femininos que nunca tinham recebido oportunidades desta dimensão e consistência: serem rosto de um programa da manhã.
Em Paço d'Arcos, O Programa da Cristina transformou-se em Casa Feliz e abriu portas a João Baião, 56 anos, e a Diana Chaves, com 39. Em Queluz de Baixo, as férias de Manuel Luís Goucha deu à recém-chegada Maria Botelho Moniz, de 36, um palco que não tinha tido até então, mesmo depois de ter dado nas vistas no Extra, do Big Brother 2020.
E num horário historicamente muito consolidado pelo auditório e estando, desde 7 de janeiro de 2019, integralmente nas mãos de Cristina Ferreira, a saída do rosto maior da televisão reacendeu e deu oxigénio à guerra televisiva que se trava das dez da manhã à uma da tarde e está a por em causa todas as certezas que existiam até aí.
O jogo das garantias ficou em suspenso, mesmo contando com rostos absolutamente familiares do público como João Baião, na SIC, e Manuel Luís Goucha, na TVI. As surpresas nas audiências têm vindo a estar na mão de duas mulheres que ainda não chegaram aos 40 anos, mas estão na televisão há década e meia.
Tanto Maria Botelho Moniz, a partir de Queluz de Baixo, como Diana Chaves, em Paço D'Arcos, conseguiram, em tempos televisivos peculiares de ausências e férias, vencer nas suas estreias a solo e conseguiram vitórias episódicas em algumas manhãs em que assumiram a missão a sós.
E se hoje Diana e Maria estão em estações concorrentes, elas já estiveram juntas em múltiplas ocasiões, no mesmo canal, e até nos mesmos estúdios, ainda que com destaque diferenciado. A primeira mais na linha da frente, a segunda com muito trabalho desenvolvido diante, mas sobretudo atrás do pequeno ecrã.
Mas, vamos por partes: em 2005, Diana Chaves dava nas vistas como uma das concorrentes do reality show 1ª Companhia, apresentado por Júlia Pinheiro na TVI, e Maria Botelho Moniz fazia, nesse ano, uma participação da série infantil do mesmo canal Inspetor Max. Nesse ano, já esta tinha ido e regressado de estudar artes performativas nos Estados Unidos da América e Diana provava que era muito mais do que a namorada de um ator reputado da TVI - o malogrado Rodrigo Menezes - e preparava-se para integrar o elenco da popular série juvenil de Queluz de Baixo, Morangos Com Açúcar. Foi nessa temporada, mas já em 2006, que esta atriz perdeu o seu colega e par romântico na ficção Francisco Adam num trágico acidente de viação.
Cerca de dois anos depois, as agora apresentadoras encontravam-se para vestir a pele de atrizes na ficção da SIC, que procurava o seu espaço junto do auditório e destronar a plenipotenciária TVI. Ambas integraram os elencos de Podia Acabar o Mundo, em 2008, e Laços de Sangue, em 2010. E foi nesse intervalo que tanto Diana como Maria começaram a ter as primeiras oportunidades na apresentação.
Em 2009, a agora co-apresentadora de Casa Feliz, na SIC, estreava-se ao lado de Marco Horário no icónico concurso das paredes e da piscina Salve-se Quem Puder, formato da estação de Balsemão. Um ano depois, estava Maria Botelho Moniz a candidatar-se aos castings para apresentadora do Curto Circuito na SIC Radical, lugar que ocuparia em 2011 como um dos rostos do formato.
Em 2012, enquanto Diana Chaves se tornava mãe de Pilar, fruto da sua relação com o agora ex-futebolista e treinador César Peixoto, Maria Botelho Moniz prosseguia o seu trabalho na SIC e acumulava já funções de pesquisa em estreito trabalho com a Direção de Programas do canal, fazendo especiais.
Em 2013 e 2014, Diana Chaves voltava a dar cartas na ficção, participando na novela da SIC, Sol de Inverno, e Maria Botelho Moniz começava a ser chamada para o day time do mesmo canal. Chegou a substitui Andreia Rodrigues no programa diário Grande Tarde, ao lado de João Baião.
Já em 2017, enquanto esta assumia um lugar fixo no programa de comentário social Passadeira Vermelha, primeiro na SIC Caras e depois também na emissão generalista, Chaves começava a aquecer para um dos formatos que, no final de 2018, iria começar, lentamente, a recuperar a estação e Balsemão: o reality show Casados à Primeira Vista, em que os participantes aceitavam casar-se com quem não conheciam, embora recomendados por especialistas, e procuravam segurar a união. No ano seguinte, Diana Chaves voltava ao formato dos casamentos - acumulando com a novela Golpe de Sorte - e Maria Botelho Moniz recebia, de forma consistente, o seu lugar de repórter residente de exteriores do programa de João Baião, aos sábados, Olhó Baião. Pelo meio, conduziu o programa Eu Quero Arrumar, na SIC Mulher, com reexibição na SIC, e no qual dava palco a especialistas para dar dicas para melhorar a vida dos portugueses.
Quando, em fevereiro de 2020, Maria anuncia que está de partida para o Big Brother, na TVI, Diana Chaves estava em pausa entre trabalhos, tendo integrado, em junho, o leque de apresentadores do formato em direto, Domingão. Um mês depois, esta era convocada de última hora para assumir as manhãs da SIC ao lado do, até ali, companheiro natural de Maria Botelho Moniz: João Baião.
Tanto Diana Chaves como Maria Botelho Moniz têm vidas pessoais já marcadas por tragédias familiares de difícil superação, como as próprias têm relatado ao longo de anos em entrevistas.
Se aos 11 anos, em 1992, a agora apresentadora de Casa Feliz perdia a mãe, Maria Botelho Moniz foi confrontada com a viuvez aos 29 anos, em 2014, e a seis meses de subir ao altar com o namorado de uma década, Salvador Quintela. Nesse mesmo ano, Diana Chaves viria a assistir à morte do seu ex-namorado, Rodrigo Menezes. Em 2018, Maria Botelho Moniz voltaria a ser confrontada com a perda súbita do pai.
Tanto Diana como Maria foram chamadas a assumir, em circunstâncias especiais, um horário de difícil conquista. Ambas, atrizes e apresentadoras, surpreenderam ante o desafio que lhes foi colocado. Ao que foi possível apurar até ao momento, nem SIC, nem TVI avançam as mexidas farão nestes horários, no futuro, ou se contam com estas duas mulheres a partir de 2021. Porém, o êxito que Maria e Diana obtiveram neste verão quente das manhãs já lhes está colado à pele.