Exclusivo C.B. Strike: o policial ainda é o que era
A terceira temporada de C.B. Strike chega esta terça-feira à plataforma HBO Max, sem grande projeção mediática mas com a qualidade clássica que a definiu desde o princípio. A série baseada nos romances policiais de J.K. Rowling (com pseudónimo) não merece ser preterida em função das polémicas de redes sociais que continuam a envolver a autora.
Há um silêncio incómodo em torno de C.B. Strike: Troubled Blood e não é de agora. Recordemos: este foi o livro que gerou controvérsia aquando do seu lançamento, em 2020, por supostamente revelar sinais de transfobia da autora J.K. Rowling (que assina os policiais Cormoran Strike com o pseudónimo Robert Galbraith). A polémica desencadeou-se através de uma crítica do jornalista Jake Kerridge, do The Telegraph, que resumia esse quinto romance da série na frase incendiária "nunca confiar num homem com um vestido", em alusão a uma personagem secundária que seria, na sua interpretação, um serial killer travesti. Na altura, outros críticos, nomeadamente do The Guardian, vieram contestar tal comentário apontando para o que seria uma leitura superficial do livro. Mas uma vez levantada a suspeita nas redes sociais, já não dava para apagar o fogo de reprovação pública à volta do nome da escritora...
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Em novembro do último ano foi a vez da colunista E.J. Rosetta, dedicada aos temas LGBT, escrever no Twitter que, ao fim de três meses de pesquisa, a ler a obra e as entrevistas da autora britânica de fio a pavio, não encontrou "uma única citação transfóbica de JK Rowling que resista ao escrutínio jornalístico. O abuso que sofreu está para além do perdão." Mas nada do que agora se escreva de positivo produz efeito mediático; as polémicas têm essa característica de se alimentarem do que é potencialmente negativo, e não do contrário. Tanto assim é que Rowling já só surge como notícia por algum tweet que possa corroborar a sua alegada transfobia.