Exclusivo Cannes revela novas viagens em Itália
As memórias sociais e políticas de Itália estão presentes na competição do Festival de Cannes com os títulos mais recentes de Marco Bellocchio e Nanni Moretti, reavaliando acontecimentos marcados, respectivamente, pela acção da Igreja Católica e do Partido Comunista.
Como diziam os autores da Nova Vaga francesa, em particular assumindo a herança de Roberto Rossellini, convém não nos esquecermos dos italianos... O Festival de Cannes nunca se esquece e, este ano, são três as produções de Itália que concorrem para a Palma de Ouro. La Chimera, de Alice Rohrwacher, surgirá amanhã. Entretanto, já pudemos descobrir os outros dois títulos, ambos admiráveis: Rapito, de Marco Bellocchio, e Il Sol dell"Avvenire, de Nanni Moretti.
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Bellocchio tem 83 anos, Moretti 69. Enfim, a idade não é um posto, mas acontece que ambos possuem filmografias longas e multifacetadas, movidas por temas e obsessões que se renovam e, de algum modo, se vão questionando. São, sobretudo, cineastas em cujo labor a história de Itália ecoa de modo muito directo, de acordo com um exigência ética e estética em que a precisão dos factos coexiste com a fascinante imaginação que a ficção pode conter.