Artista plástico João Murillo volta a expor sob o mote "Guardar o Verão para Sempre"
"Guardar o Verão para Sempre" é o título da exposição que marca o regresso do artista João Murillo. A inauguração foi esta quarta-feira ao final da tarde, na 39a Concept Store, em Lisboa.
"Esta exposição revela a minha vontade de registar momentos que me enchem, que me confortam. Tudo na vida sofre mutações, mas há coisas que nós queremos guardar para sempre, porque são cheias e redondas", começa por explicar João Murillo, ao Dinheiro Vivo. "Os melhores sentimentos que vamos tendo ao longo da vida não deverão nunca ser apagados, antes sublinhados e eternizados como soubermos, no meu caso é através da expressão plástica e também da escrita."
Nascido em Angola, na cidade de Nova Lisboa (Huambo), em 1967, João Murillo tem uma vasta obra representada em diversas coleções públicas e particulares espalhadas pelo País e pelo estrangeiro. Foi um dos 25 artistas escolhidos para participar na exposição oficial comemorativa dos "25 anos do 25 de Abril".
"A razão da palavra regresso é absolutamente clara: quando se deu a crise financeira de 2008, assisti à desvalorização impressionante de quase todos os nomes grandes das artes em Portugal, dois deles, que me eram muito próximos e com quem trabalhei durante 15 anos, Artur Bual e Mário Cesariny - para além de amigos houve sempre uma cumplicidade artística muito grande com ambos e fiquei absolutamente chocado com esse facto", recorda João Murillo.
"Eu estava numa curva ascendente muito acentuada e, no meu parecer, até algo exagerada em termos de valores, mas é o mercado que manda, não são os artistas", prossegue. "Por uma questão de respeito por todos os apreciadores da minha obra, desde investidores, colecionadores ou apenas apreciadores, eu não poderia permitir a desvalorização das peças das pessoas que sempre tinham acreditado em mim e que em mim depositaram a sua confiança."
E agora "Guardar o Verão para Sempre", surge como um momento marcante na vida do artista plástico que volta a expor em Lisboa. "Durante todo este tempo nunca estive inativo, mas fiz sobretudo encomendas e quase todas para fora do País. O regresso deve-se aos inúmeros pedidos que tenho tido para regressar e também à minha vontade voltar, pois este é o meu mundo, a minha inevitabilidade", conta.