E quando se pensava que a Fox, agora Disney, tinha encomendado mais um tomo desnecessário da já fatigada e mitiga série de filmes da franquia Predador, eis que há uma pequena surpresa: Prey é talvez o segundo melhor filme com o monstro vindo do espaço, só ficando atrás do inesquecível original de John McTiernan, o primeiro Predador, de 1987, no qual se fundia um conceito de ficção-científica com o thriller de terror. Como é possível? Uma premissa diferente e um cineasta inteligente. Agora estamos na presença de uma prequela, sem meta linguagem, sem humor de referência pop (o último, de Shane Black não era um mero disparate mas não cumpria em pleno o que prometia) nem cruzamentos com o Alien. Uma história que nos leva até ao tempo dos Apaches em 1700 e aborda um período específico da História dos EUA nas Grandes Planícies, em especial com a chegada de novos colonos e o confronto com os índios. E é desde cedo que, quase em jeito de western, se percebe que o monstro das tranças e de sangue verde, Predador, está naquela região em missão de caça. Primeiro, caça os animais selvagens da floresta, logo depois os apaches que se cruzam no seu caminho. Como sempre, um extraterrestre com instinto assassino letal, capacidade tecnológica para disparar, força devastadora e a capacidade de ficar invisível. A única coisa que ele não estava à espera era ser confrontado por uma jovem, Naru, guerreira destemida e com uma capacidade genial de detetar pontos fracos. Curiosamente, este predador é fortemente machista: nem a ataca pois julga que a rapariga não é perigo para a sua sobrevivência.