Com a descida das temperaturas, surge o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por infeções respiratórias que afetam tanto crianças como adultos. Torna-se assim, essencial, aumentar a consciência sobre o VSR, um vírus que, apesar de menos falado do que o da gripe ou da COVID-19, é especialmente perigoso para pessoas acima dos 60 anos e com doenças crónicas..Em Portugal, o Instituto Ricardo Jorge registou quase 28 mil casos de infeção respiratória durante o outono do ano passado. Este número é um forte sinal da necessidade de redobrar cuidados, em particular para grupos de risco. É fundamental dar protagonismo ao VSR, já que muitos ainda o consideram um vírus que afeta apenas as crianças. No entanto, com o envelhecimento do sistema imunológico, um processo conhecido como imunossenescência, aumenta-se a vulnerabilidade ao VSR em adultos mais velhos..A vacinação contra o VSR poderá, no futuro, estender-se aos idosos, reduzindo o impacto da infeção no setor da saúde e na qualidade de vida dos mais vulneráveis..Idosos e doentes crónicos: grupos de maior risco.A partir dos 60 anos, o sistema imunitário fica comprometido. Este facto, associado a doenças como a diabetes, insuficiência cardíaca e DPOC, cria um ambiente propício para complicações graves. Além de aumentar o risco de infeção grave, o VSR provoca a descompensação destas doenças crónicas, o que eleva a necessidade de internamentos e de cuidados de urgência..A importância da vacinação para o futuro.A vacina para o VSR está atualmente disponível para bebés no Plano Nacional de Vacinação, mas acredita-se que, no futuro, também deverá ser incluída para os mais velhos. Esta medida traria um impacto significativo, não apenas em termos de saúde, mas também na redução da pressão sobre os serviços de urgência. O caminho será seguramente a vacinação em larga escala, uma medida que poderá reduzir a morbilidade e a mortalidade associadas ao VSR entre a população idosa..Medidas de prevenção e responsabilidade individual.Enquanto a vacinação para adultos não se torna uma realidade, a prevenção depende de medidas simples. Tapar o nariz e a boca ao tossir ou espirrar, lavar as mãos com frequência, evitar contacto com pessoas doentes e limpar superfícies de uso comum, como puxadores e telemóveis, são passos que ajudam a reduzir a transmissão do VSR..A consciencialização e a prevenção são essenciais para proteger as populações mais vulneráveis e promover um inverno com menos infeções respiratórias graves..Créditos:Joana Louro – Especialista em Medicina Interna na ULS do Oeste, Unidade de Caldas da Rainha..A autora deste artigo não recebe qualquer honorário pela colaboração nesta iniciativa, apoiada pela GSK. Os artigos fazem parte do projeto Ciência e Inovação e são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.