Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica: uma ameaça silenciosa

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica: uma ameaça silenciosa

Com impacto em milhões de vidas, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma das principais causas de mortalidade no mundo. Embora incurável, é possível controlar os seus efeitos com diagnóstico precoce, terapias inovadoras e medidas preventivas.
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Com a chegada do tempo frio, a saúde pulmonar de muitas pessoas fica em risco, especialmente para quem vive com DPOC. Sabemos que dos doentes com DPOC, 90% são fumadores ativos ou ex-fumadores. Sabemos que esta é uma condição que limita a capacidade respiratória, causando cansaço extremo e comprometendo atividades diárias simples, como subir escadas. Estima-se que cerca de 70% das pessoas com DPOC não saibam que têm a doença. Esse atraso no diagnóstico é um dos grandes desafios na gestão desta patologia silenciosa e progressiva.

Fumadores e doentes crónicos: grupos de maior risco

A DPOC é uma inflamação crónica das vias aéreas que reduz o fluxo de ar nos pulmões, tornando a respiração difícil. Muitas vezes a doença é subdiagnosticada, pela baixa suspeita clínica e pelo acesso limitado à espirometria, exame essencial para a sua deteção. Com o tempo frio, os doentes com DPOC ficam mais vulneráveis a infeções respiratórias, aumentando a necessidade de recurso aos serviços de urgência e internamento. O diagnóstico precoce é fundamental para controlar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

A vacinação contra infeções respiratórias sazonais protege os doentes com DPOC e reduz as complicações graves associadas à doença.

A importância de terapias inovadoras

Embora a DPOC não tenha cura, a ciência tem evoluído significativamente. Os broncodilatadores inalados continuam a ser a base do tratamento, mas hoje existem inovações que tornam o cuidado mais eficaz. Atualmente, há inaladores com combinações de moléculas, esquemas de administração única e dispositivos mais fáceis de usar, o que melhora a adesão ao tratamento. Essas terapias ajudam a reduzir os sintomas, como a falta de ar, e a prevenir exacerbações graves.

Prevenção e responsabilidade individual

Deixar de fumar é a medida preventiva mais importante contra a DPOC. Além disso, a vacinação desempenha um papel crucial na proteção dos doentes, especialmente contra a gripe sazonal, Covid-19, pneumonia e, mais recentemente, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Com o tempo frio, os doentes com DPOC ficam ainda mais expostos a vírus respiratórios, tornando a prevenção essencial para evitar complicações. Medidas como a cessação tabágica, o diagnóstico precoce e a vacinação ajudam a reduzir o impacto desta doença na saúde pública.

Créditos:
António Madeira Gerardo – Médico Pneumologista e Coordenador da Área de DPOC no Hospital da Luz, Lisboa.

O autor deste artigo não recebe qualquer honorário pela colaboração nesta iniciativa, apoiada pela GSK. Os artigos fazem parte do projeto Ciência e Inovação e são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

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