A Antarctic and Southern Ocean Coalition (ASOC), uma coligação de organizações não-governamentais que trabalha na proteção da Antártida e do Oceano Austral, venceu esta quarta-feira o Prémio Gulbenkian para a Humanidade. O júri, liderado pela antiga chanceler alemã Angela Merkel, escolheu a ASOC entre 212 nomeações de 115 países “pelo seu trabalho na proteção de um dos mais cruciais e frágeis ecossistemas do mundo e na preservação de um dos territórios mais remotos do planeta”. O prémio é de um milhão de euros. O DN falou com a diretora-executiva da ASOC, Claire Christian. Parabéns pelo prémio. O que significa para a ASOC e o vosso trabalho esta distinção? Este prémio é, antes de mais, uma honra incrível. Nem fazia ideia de que estávamos a ser considerados. Receber o email e o telefonema foi uma surpresa inacreditável. Um dia fantástico. Em termos do apoio que o prémio nos dará, chega mesmo num momento crítico. Há alguns projetos e programas nos quais não tínhamos conseguido investir porque não tínhamos financiamento. E agora seremos capazes de os fazer. E podemos desenvolver projetos e programas novos e entusiasmantes sobre turismo, alterações climáticas globais e áreas marinhas protegidas. Só a plataforma e a publicidade do prémio vão ajudar muito no nosso trabalho. Há muita coisa a acontecer no mundo e é difícil destacarmo-nos. E é especialmente difícil para a Antártida e para o trabalho polar, por ser tão distante. Ganhar o prémio será uma ótima oportunidade para partilharmos a nossa mensagem e fazer com que as pessoas saibam porque é que a Antártida é importante e porque é que importa para elas.E porque é que importa? Podemos pensar na Antártida como o frigorífico do mundo. Se pegar num mapa, achatar o globo e colocar a Antártida no centro, poderá ver como o oceano global circula à sua volta. E esta parte que rodeia a Antártida é muito importante para regular o clima e espalhar nutrientes para o resto dos oceanos. E quando se perturba qualquer parte deste sistema, isso tem consequências. Portanto, manter a Antártida a funcionar normalmente é muito importante para o funcionamento do clima e dos oceanos no resto do mundo. E por isso é muito importante preservar. Mas também na própria Antártida há uma vida selvagem incrível. Os pinguins, as focas e as baleias são os que toda a gente conhece. Mas também há coisas giras no fundo do oceano. Há uma lula colossal com olhos do tamanho de pratos. Há uma estrela-do-mar com 50 braços que apanha o krill da água...Mas algumas pessoas podem pensar: porque é que preciso de me preocupar com essa lula lá tão longe? Qual é o impacto que isso tem em Portugal?Não sei exatamente quanto a Portugal, mas a Antártida contribui para a a subida global do nível do mar e a regulação das temperaturas em todo o mundo. O próprio oceano produz cerca de metade do oxigénio que respiramos. A Antártida é uma parte crucial dos sistemas planetários que mantêm os seres humanos vivos. E quando perturbamos estes sistemas dos quais dependemos há milhares de anos para cultivar os nossos alimentos, respirar, comer, quando mexemos neles, geralmente os impactos não são bons para nós. A natureza estaria bem se todos os seres humanos desaparecessem amanhã. Mas se continuarmos a perturbar estes sistemas, não ficaremos bem. Já vimos isso recentemente com a onda de calor aqui e as inundações nos EUA, de onde sou natural. São problemas que nós causamos. Por que é que nos devemos preocupar com a Antártida? A pergunta é: preocupa-se consigo? Preocupa-se que os seus filhos e netos tenham um planeta saudável e seguro para viver? Então tem de se importar com a Antártida. Precisa de se importar com a Amazónia. Precisa de se importar com tudo.Li que um o Oceano Austral está mais salgado. Algo tão pequeno pode ter um grande impacto no ecossistema?Há muita coisa que não compreendemos sobre o funcionamento dos ecossistemas. E é exatamente por isso que devemos ser muito cuidadosos com o que fazemos para os mudar. Mesmo há algumas décadas, após o fim da caça à baleia, as pessoas pensavam que, como já não havia baleias ou restavam muito poucas no Oceano Austral, haveria um enorme aumento da população de krill. Porque é uma relação simples. Se a baleia não o está a comer, há mais. Mas não foi isso que realmente aconteceu. Não viram este enorme aumento de krill. E só mais tarde se aperceberam que existe aí uma relação complexa. As baleias fertilizam o oceano com os seus dejetos. E isso fornece os nutrientes que o krill ingere. E há muitas coisas destas que ainda estamos a aprender. Mas quando perturbamos este equilíbrio delicado, perturbamos potencialmente algo que é muito benéfico para nós enquanto espécie e importante para o planeta. A mudança climática é a maior ameaça à Antártida? Com certeza que é. Mas, como existe um Sistema do Tratado da Antártida, há medidas que os países e os governos podem tomar para tornar os ecossistemas mais resilientes. Sabemos, através da investigação, que, geralmente, mesmo que um ecossistema ou uma espécie esteja ameaçado pelas alterações climáticas, se minimizarmos os impactos de outros fatores que os possam estar a stressar, como a pesca, o turismo ou as infraestruturas, estes tornam-se geralmente mais resilientes. Conseguem lidar melhor com essas mudanças. Faz sentido, certo? Se é um pinguim e a temperatura está a ficar muito alta, se também lhe estão a tirar a comida que come, isso não vai ajudar. Portanto, penso que é um caso em que é preciso pensar no que podemos fazer para minimizar estes potenciais impactos, minimizar os efeitos da pesca e do turismo, mas também pensar globalmente. Os países que fazem parte do Sistema do Tratado da Antártida, os EUA, a China, os países europeus, estão entre os maiores emissores e poluidores do mundo. E, portanto, o que fazem está a afetar a Antártida. Mesmo que vão às reuniões e digam que querem proteger a Antártida, se voltarem para casa e não estiverem a proteger e não estiverem a reduzir as suas emissões, então não estarão realmente a proteger a Antártida. O presidente Donald Trump está a tirar os EUA do Acordo de Paris, assinado há dez anos. Na União Europeia, o Green Deal era uma prioridade para Ursula von der Leyen, mas já não é. Acha que os líderes mundiais desistiram de lutar contra as alterações climáticas? Depois de Paris houve muita esperança, mas parece definitivamente que não estamos a ir na direção certa. Uma coisa que sabemos da incrível ciência e dos cientistas que estudam as alterações climáticas é que estes processos demoram muito tempo. Demoram muito tempo a arrancar e depois demoram muito tempo a parar. Por isso, não podemos esperar. Depois de observar a mudança a acontecer, é quase tarde demais. Quando atingirmos um aumento médio de dois graus Celsius na temperatura global, vão começar muitos processos e levará muito tempo para que tudo volte ao normal, se ainda for possível. O clima é tão fundamental para a nossa capacidade de sobrevivência que eu não acho que possa esperar. Tenho a certeza de que, para os líderes mundiais, muitas coisas parecem mais urgentes, questões económicas, etc., mas o problema é, mais uma vez, que não podemos viver sem o planeta. O planeta pode viver sem nós, mas não existe o planeta B. Gerar mais emissões, mais poluição, não vai ajudar ninguém. Consigo compreender como, para um líder mundial, há outras coisas que parecem mais urgentes. Mas não há nada mais urgente do que conseguir sobreviver. E estamos a perder tempo a pensar. Quanto mais fizermos hoje, melhores serão as coisas amanhã. Acho que é muito difícil para os políticos pensarem desta forma, porque estão a pensar na próxima eleição, e não nos próximos 10 anos. Precisamos de pessoas com visão e, honestamente, acho que há muita incerteza e, se me permite ser um pouco filosófica, há muito medo do que está a acontecer. E isso torna as pessoas mais hesitantes em dar um passo ousado para fazer algo que possa causar uma interrupção de curto prazo no nosso dia-a-dia. É fácil dizer: “Não precisa de mudar nada”. Acha que as pessoas não estão dispostas a fazer grandes mudanças no seu dia a dia ou acham que isso lhes vai custar caro…Há uma tendência humana natural para não querer mudar e estas coisas são difíceis. Quer dizer, grande parte da nossa economia depende dos combustíveis fósseis. É algo muito importante a mudar. E há muitos exemplos de pessoas a fazer estas mudanças, e talvez seja desconfortável durante algum tempo, mas é ótimo a longo prazo. Estive a ler sobre a cidade de Paris, que restringiu o uso de carros e a qualidade do ar melhorou drasticamente num período muito curto, Quer dizer, conduzir não é essencial para todos, especialmente numa cidade com bons transportes públicos. Portanto, acho que é preciso realmente pessoas com visão, e estou preocupado que as pessoas estejam a perder essa visão por estarem demasiado preocupadas com o medo. E penso que nos falta um pouco dessa disposição, pelo menos nos EUA. Durante a II Guerra Mundial, foi pedido às pessoas que fizessem certas coisas. Foi-lhes pedido que consumissem menos, que cultivassem os seus próprios vegetais para estabilizar o fornecimento de alimentos e que o fizessem por uma causa maior. Não vejo ninguém a pedir nada agora. Ouvimos falar da corrida ao Ártico por causa dos recursos naturais e da disputa entre as potências mundiais. Existe o risco de algo do género na Antártida? Penso que seria muito difícil de fazer no regime jurídico vigente. A alteração da proibição da mineração na Antártida exigiria o consenso de um grande número de países, muitos dos quais já declararam por diversas vezes que não acreditam na mineração na Antártida. Tudo pode acontecer, mas acho que as probabilidades de que isso mude são extremamente improváveis. Honestamente, a Humanidade estará em sérios apuros se esse for o nosso foco principal daqui a 30 anos. As pessoas gostam sempre de pensar que uma nova área é uma fonte de riquezas inexploradas, mas isso é pensamento ultrapassado. Precisamos de um pensamento inovador para progredir. Falou sobre turismo. Hoje em dia, é cada vez mais fácil um turista ir à Antártida. É possível um equilíbrio para não causar problemas? Os países que fazem parte do Sistema do Tratado da Antártida estão agora a discutir uma estrutura abrangente para o turismo, algo que já deveria ter sido feito há muito tempo. Por exemplo, não há taxa para turistas. Na maioria das vezes, quando se vai a um parque nacional ou a uma área ecológica importante, paga-se uma taxa para ajudar na manutenção dessa área e fazer toda a gestão necessária. Na Antártida não temos isso. Há muitas diretrizes voluntárias que a indústria do turismo segue, que concordaram em seguir, mas não há necessariamente um requisito legal. Novos locais podem ser abertos ao turismo sem um processo de avaliação para verificar se é apropriado. Não existe muita regulamentação legalmente vinculativa e isso representa uma enorme lacuna, porque, à medida que vemos mais turistas a chegar, vão para uma quantidade pequena de áreas, e isto terá impacto no ambiente antártico se não for gerido de forma eficaz.Há pouco menos de um mês, em Nice, decorreu a Conferência de Oceanos da ONU. Ficou satisfeita com as conclusões? Esperava mais? Acho que estas conferências são boas para reunir as pessoas e dialogar, mas acho que o que precisamos mesmo é de muita ação. Devo dizer que a reunião teve lugar pouco antes da minha reunião sobre o Tratado da Antártida, pelo que ainda não vi em profundidade tudo o que foi feito, mas penso que houve muito entusiasmo. Vimos muitos países assinar e ratificar o novo Tratado de Alto Mar. Isto é fantástico, mas o que é preciso é ação. O principal objetivo deste Tratado de Alto Mar é criar novas áreas marinhas protegidas em alto mar. O objetivo do compromisso 30/30 é criar proteção e não vimos isso ao nível e à escala que precisamos. Fico feliz que as pessoas estejam focadas nos oceanos, por existir esta energia em torno da proteção que não se via há 10 anos. Mas esta energia ainda não se traduziu em políticas concretas e é isso que precisamos de fazer agora.Referiu a reunião do Tratado da Antártida. O que foi decidido?Houve progressos em algumas das discussões sobre turismo. Penso que, no geral, foi positivo. Ainda não houve qualquer tipo de acordo, mas os países parecem estar abertos e flexíveis e estão a pôr mais ideias em cima da mesa, o que é bom porque, durante muitos anos, houve uma preocupação geral com o turismo, mas não muitas ações concretas. Infelizmente, um dos resultados da reunião que foi muito dececionante foi que o pinguim-imperador, que está ameaçado, é muito sensível às alterações climáticas e à perda de gelo marinho, não foi designado como uma espécie especialmente protegida. Há anos que existe esta proposta, e há até novas provas que surgiram nos últimos meses de que os pinguins-imperador estão mais em risco do que pensávamos, mas não houve acordo na reunião sobre a necessidade de ação em resposta a esta informação, o que foi muito, muito lamentável.Falou sobre a perda de gelo marinho. Nos últimos 10 anos, a Antártida perdeu gelo equivalente ao tamanho da Gronelândia. E essa perda está a acelerar…O principal impacto que verá disto é a subida do nível do mar e a destruição de algumas cidades baixas em todo o mundo. Não é preciso muito. Acho que as pessoas pensam que talvez a subida do nível do mar precise de ser de alguns metros ou algo do género, mas mesmo a subida do nível do mar que já tivemos... Miami está sempre a inundar. No estado onde cresci, há uma cidade chamada Charleston que é bonita e histórica, mas está sempre a inundar. E penso que houve várias inundações na Europa também nos últimos anos. A Antártida tem gelo suficiente para uma subida das águas de mais de 55 metros, o que obviamente levaria muito tempo. Mas se mesmo alguns centímetros já causam inundações, pode imaginar o que fariam 50 centímetros ou um metro? Se continuarmos a emitir carbono como estamos, estamos a caminho de ver isso. Tenho uma colega que diz sempre isto: “A ciência está a dizer-nos que se não reduzirmos as emissões hoje, os líderes mundiais estão basicamente a comprometer milhões de pessoas nas zonas costeiras à destruição das suas casas.” A Antártida continuará a derreter e esta água inundará muitas, muitas cidades. É possível encontrar alguma solução tecnológica para tudo?Esse foi, na verdade, um dos resultados da reunião: discutimos algumas propostas para fazer coisas loucas, como colocar cortinas à volta do gelo antártico ou lançar algo para o ar para arrefecer a atmosfera. Os impactos destas coisas ainda não foram comprovados. Não sabemos se vão funcionar, mas sabemos que, se reduzirmos as emissões — e sinto que já disse reduzir as emissões muitas vezes —, se reduzirmos as emissões, reduziremos os efeitos do aquecimento global. Portanto, acho que estas coisas são uma distração, de certa forma, porque parece que vamos fazer este projeto louco e tudo funcionará, mas não sabemos que outros impactos negativos estas coisas podem ter. Sabemos que, quando interferimos com o clima e quando fazemos coisas que o perturbam, por vezes podem acontecer coisas más, por isso penso que a solução mais segura é fazer o que sabemos que vai funcionar, que é parar as emissões.Acha que as atuais metas de redução de emissões são suficientes ou deveriam ser mais elevadas? Sabendo o que estamos a ver na Antártida, penso que não nos podemos dar ao luxo de ser minimamente modestos nas nossas ambições. Acho que precisamos de ser incrivelmente ambiciosos. Quer dizer, mesmo que deixássemos de emitir todas as emissões amanhã, ainda veríamos impactos significativos do aquecimento global. Acho que não há nada que seja demasiado pequeno ou grande para ser resolvido, se é que isso faz sentido. Sei que, por vezes, vejo nos meios de comunicação social pessoas a perguntar: "Ah, porque se esforçariam para reduzir as emissões desta atividade, já que são apenas 7%?". Acho que não nos podemos dar ao luxo de pensar assim. Acredito que todos os que valorizam viver num planeta saudável precisam de se esforçar para fazer o que podem, sempre que possível. Algumas pessoas também se perguntam: porque devemos cortar nas emissões se a China ou os EUA ainda estão a emitir? Compreendo, mas também acho que esta é uma forma muito desvantajosa de encarar a vida. Tente fazer o que puder, onde puder. Os humanos são imitadores. Uma vez li um estudo que afirmava que o principal fator para as pessoas optarem pela energia solar nas suas casas, pelo menos numa parte dos Estados Unidos, não era a preocupação com o ambiente. Era se os seus vizinhos tinham energia solar. Depois de começar algo, nunca se sabe qual será o impacto que terá nos seus vizinhos ou mesmo na sociedade.No passado, a humanidade foi capaz de, por exemplo, de travar a destruição da camada de ozono. Ainda tem esperança? Eu tenho. Quer dizer, acho que é fácil olhar para qualquer ponto específico no tempo e dizer que as coisas já não têm esperança, mas uma coisa que aprendi ao trabalhar com a ASOC é que as coisas demoram muito tempo, por isso não se consegue olhar para um momento específico e avaliar quais são as perspetivas, porque as pessoas na minha organização antes de mim ouviram muitas vezes: "Nunca conseguirás uma proibição de mineração na Antártida, não conseguirás isso." E conseguiram. "Nunca se conseguirá uma grande área marinha protegida, é muito irrealista, e acho que toda a história da humanidade é assim, na verdade." Muitas das coisas boas que temos são porque as pessoas disseram: "Ei, esta é uma boa ideia, parece loucura, mas vamos pô-la em prática.” Por isso penso que parte do que vejo como o nosso papel é garantir que estas grandes ideias se mantêm ativas e que realmente trabalhamos para as impulsionar.Faz trabalho de campo na Antártida? Não, não faço. Mas já estive na Antártida. Uma vez a bordo de um navio e depois quatro vezes como observadora. E que mudanças viu? Na verdade, a maior mudança que vi foi positiva. Na primeira vez que fui, vimos algumas baleias. Da última vez, no início deste ano, vimos baleias constantemente, e isso deve-se, em parte, à moratória sobre a caça comercial de baleias. As baleias, as baleias-jubarte e as baleias-comuns regressaram em grande número e as baleias-azuis estão a crescer mais lentamente. Estão por todo o lado, e acho isso realmente incrível de se ver. Dá-me muita esperança. Causámos muitos danos a este planeta, mas podemos reverter a situação se tomarmos medidas realmente significativas. Ver todas aquelas baleias foi simplesmente incrível.E por quê a Antártida para si? Foi um pouco acidental. Eu estava à procura de um emprego a tempo parcial quando estava na pós-graduação e acabei por aceitar um emprego nesta organização e fiquei porque o trabalho era muito entusiasmante. Tirando o facto de que a Antártida é um lugar incrível, que vale a pena proteger e tem um sistema de governação único. Trabalho com pessoas do mundo todo. Conheci muitos cientistas, decisores políticos e outras pessoas, e é uma experiência realmente incrível trabalhar com todas estas pessoas e compreender como se consegue que tantos grupos diferentes concordem com a mesma coisa. Isto é algo de que precisamos mais no mundo de hoje. Precisamos de trabalhar juntos..Coligação que trabalha na proteção da Antártida vence Prémio Gulbenkian para a Humanidade