Península Ibérica é um dos principais pontos de invasões biológicas no mundo

Península Ibérica é um dos principais pontos de invasões biológicas no mundo

Os principais grupos de espécies identificados incluem as plantas vasculares, espécies exóticas de insetos, crustáceos não-nativos e outros 55 tipos de animais invertebrados.
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A Península Ibérica é um dos principais pontos críticos de invasões biológicas no mundo, informou esta terça-feira, 4 de novembro, o laboratório Rede de Investigação Aquática (sigla em inglês, ARNET), com base num estudo internacional.

“A investigação identificou 1.273 espécies introduzidas e atualmente estabelecidas em Portugal, Espanha, Andorra e Gibraltar, confirmando a região (Península Ibérica) como um dos principais pontos críticos de invasões biológicas a nível mundial”, refere o ARNET, que participou no estudo, em comunicado.

Em Portugal, estão estabelecidas 616 espécies não-nativas (exóticas), segundo a nota.

O número de espécies exóticas ascende a 1.034, em Espanha.

De acordo com o comunicado, em Andorra (país entre França e Espanha) e no Gibraltar (território britânico na costa sul de Espanha) registaram-se dezenas de espécies.

As zonas costeiras e urbanas, onde a densidade populacional e a atividade humana são mais intensas, são os locais mais invadidos e com mais espécies exóticas.

As cidades costeiras com mais espécies não-nativas são Lisboa (Portugal), Coimbra (Portugal), Catalunha (Espanha) e Andaluzia (Espanha).

O investigador do ARNET e coautor do estudo, Ronaldo Sousa, alertou, que as espécies exóticas prejudicam a biodiversidade, destacando que podem afetar a saúde pública e a economia.

“Estas espécies não afetam apenas a biodiversidade; também podem provocar impactos económicos e sociais significativos, desde perdas na agricultura e nas pescas até riscos para a saúde pública”, indicou, Ronaldo Sousa, citado em comunicado.

O estudo concluiu que é necessário prevenir a invasão de espécies exóticas através de controlos fronteiriços e da monitorização do comércio e do transporte.

Segundo a investigação, também é necessário “detetar precocemente novas espécies e responder de forma rápida recorrendo a ferramentas inovadoras, como o ADN ambiental e a ciência cidadã (envolvimento direto e voluntário de pessoas em projetos de investigação científica)”.

De acordo com o documento, o reforço da cooperação internacional entre os países da Península Ibérica também é uma estratégia para prevenir as invasões exóticas.

Os principais grupos de espécies identificados incluem as plantas vasculares, que possuem tecidos especializados para transportar água, minerais e nutrientes (727 espécies).

Durante a investigação foram identificados ainda 228 espécies exóticas de insetos, 58 crustáceos não-nativos e outros 55 tipos de animais invertebrados.

Os moluscos também fazem parte da lista, sendo que foram identificados 46 espécies.

As espécies exóticas identificadas invadiram a Península Ibérica através de fugas na jardinagem, de aquários, de viveiros e do comércio de animais de companhia, segundo o estudo publicado na revista científica Diversity and Distributions.

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