Há falta de GIRAS em Lisboa. A culpa é da Órbita, diz a EMEL

Lisboa só tem nas ruas metade das bicicletas que integram o projeto de mobilidade partilhada. EMEL diz que Órbita tem "dificuldades operacionais".
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Dificuldades da empresa Órbita em substituir as bicicletas avariadas e no fornecimento de novas está a fazer que este projeto de mobilidade partilhada da Câmara Municipal de Lisboa não esteja a conseguir ter capacidade de resposta para a procura, segundo explicou ao DN fonte oficial da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL).

A EMEL confirmou existirem dificuldades na reposição das GIRA ao ponto de atualmente só estarem disponíveis 400 dos 800 veículos (entre elétricas e as tradicionais) que deveriam ser disponibilizados nas 74 estações localizadas em vários pontos da cidade.

Este assunto assumiu uma dimensão tal que integra o lote de perguntas que CDS-PP e Bloco de Esquerda vão fazer aos vereadores da Câmara Municipal na tarde desta terça-feira durante a reunião da assembleia municipal da capital.

"Nos últimos meses, a frota disponível do GIRA diminuiu, resultado de dificuldades operacionais do fornecedor, a Órbita, quer na reposição de bicicletas avariadas quer no fornecimento de novas bicicletas, o que tem afetado a experiência dos utilizadores do sistema e provocado uma oferta de bicicletas inferior ao previsto. Atualmente, está em circulação cerca de 50% da frota contratada, ou seja, menos de 400 bicicletas, existindo um número significativo de GIRAS em manutenção", adiantou ao DN a EMEL atribuindo a culpa pela falta de veículos à empresa que conquistou a exploração deste projeto da autarquia.

Questionada pelo DN, a empresa de Águeda responde: "Não concordando com o que foi dito [refere-se à resposta da EMEL em que frisa não ter a firma tido capacidade de resposta para as necessidades], acredita [a Órbita] que não é este o momento para tomar uma posição, pelo que oportunamente a tornaremos pública."

Fica assim sem resposta o facto de a empresa municipal que gere o projeto GIRA - Bicicletas de Lisboa ter "culpado" a firma pelas dificuldades que os utilizadores enfrentam para encontrar bicicletas disponíveis.

Partidos querem justificações

Mais explicações querem também os deputados municipais do Bloco de Esquerda e do CDS-PP. Por isso, esta tarde vão enviar perguntas ao vereador responsável pela mobilidade - Miguel Gaspar - para que seja esclarecida a relação que existe entre a autarquia e a Órbita.

"Há várias queixas de falhas no sistema e de alguns acidentes que nunca foram explicados. Por outro lado, existe uma escassez de bicicletas e uma fraca reposição nos locais onde sabemos que há mais procura. Chego às 18.00 ao Saldanha e não há bicicletas. Não é admissível", frisou ao DN Diogo Moura, deputado municipal do CDS-PP.

O partido quer ainda saber "se o contrato está a ser efetivamente cumprido".

Também o Bloco de Esquerda quer explicação do vereador Miguel Gaspar.

"Faltam bicicletas disponíveis no sistema e o vereador tem dito que tem que ver com a Órbita, mas queremos saber quais", começou por dizer ao DN Rita Calvário.

A deputada municipal do BE salienta que o partido quer saber o que "a câmara está a fazer para que o contrato [com a Órbita] se cumpra. Mas, não têm sido dados grandes esclarecimentos e queremos saber o que se passa e como o município está a reagir a esta situação".

Atualmente, segundo a EMEL, já foram vendidos mais de 16 500 passes anuais (25 euros); 2500 mensais (15 euros) e 7300 diários (2 euros até 31 de dezembro).

O utilizador do sistema de bicicletas partilhadas além do passe tem de pagar pela utilização do serviço que ultrapasse os 45 minutos - há vários valores a partir deste período.

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