22 novembro 2018 às 12h49

Cidadãos ameaçam com protesto na rua contra megaprojeto de Entrecampos

Os investidores tinham até esta quinta-feira para apresentar propostas de compra da antiga Feira Popular, um dia antes da hasta pública. Cidadãos movimentam-se contra a pressa na concretização de um megaprojeto e avançam com petição e carta a Fernando Medina.

Paula Sá

Os cidadãos que promoveram e assinaram uma petição que pede a "interrupção da Operação Integrada de Entrecampos" para haver uma "verdadeira discussão pública" sobre o assunto escreveram uma carta ao presidente da câmara de Lisboa com dúvidas e críticas ao projeto. Os peticionários admitem mesmo protestar na rua ou até recorrer à Justiça contra o avanço do projeto, segundo o Público .

"Não podemos deixar de lhe dizer que estamos a equacionar todos os cenários, e com a disposição de sairmos à rua, povo de Lisboa que somos, avançando com ação popular que nos mobilizará e a muitos mais. Podemos assegurar-lho, sr. presidente. Porque depois da política, chegou a hora dos lisboetas; o tempo da luta do povo!", lê-se na missiva que seguiu quarta-feira para os Paços do Concelho, segundo mesmo jornal.

Na petição, que foi entregue em julho à assembleia municipal, estes cidadãos afirmam: "porque conhecem e reconhecem a importância, dimensão e localização da presente operação, os signatários não se conformam com a inexistência uma proposta concreta para aqueles terrenos a que a Câmara se vincule e com uma descrição detalhada do respetivo impacto, incluindo um relatório ambiental. A Câmara disponibilizou simplesmente documentação não vinculativa para si e que como refere tem «natureza meramente indicativa»; incluindo umas Propostas de Orientações Estratégicas".

Referem que a Câmara não permitiu aos interessados participarem na discussão pública e levantam um vastíssimo conjunto de questões sobre os riscos de construção naqueles terrenos e sobre os impactos ambientais de um megaprojeto, seja a nível ambiental seja ao nível dos transportes.

A petição não deverá travar a venda dos terrenos, já que está para esta sexta-feira a hasta pública dos lotes que, a correr como a câmara prevê, será o primeiro passo para a Operação Integrada de Entrecampos que os 282 peticionários queriam ver discutida.