Governo de Miguel Albuquerque está na mira do grupo parlamentar do Chega na Assembleia Regional da Madeira.
Governo de Miguel Albuquerque está na mira do grupo parlamentar do Chega na Assembleia Regional da Madeira.Foto: Helder Santos

Chega apresenta moção de censura ao Governo Regional da Madeira

Investigações judiciais que envolvem diversos secretários regionais estão na base do documento elaborado pelo grupo parlamentar. Mas que também critica partidos da oposição cujos votos serão necessários para aprovar a moção de censura.
Publicado a
Atualizado a

O grupo parlamentar do Chega na Assembleia Legislativa Regional da Madeira apresentou nesta quarta-feira uma moção de censura ao Governo Regional da Madeira, presidido pelo social-democrata Miguel Albuquerque, considerando que "perdeu todas as condições para continuar a governar". Algo que o líder regional e da bancada do partido, Miguel Castro, entende decorrer das investigações judiciais que envolvem governantes madeirenses.

Além das operações "Zarco" e "Ab Initio", nas quais estão envolvidos o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, o antigo presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, o secretário-geral do PSD, José Prada, e os secretários regionais Rogério Gouveia (Finanças), Pedro Ramos (Saúde e Protecção Civil) e Pedro Fino (Equipamento e Infraestruturas), o Chega-Madeira refere uma investigação ao secretário regional da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus. "A persistente recusa dos visados membros do governo em darem explicações públicas sobre os factos viola claramente os seus deveres de titulares de cargos públicos", defende o partido, realçando que "os responsáveis pela governação regional estão irremediavelmente comprometidos".  

"Chegamos a um ponto em que a manutenção do atual estado de coisas se tornou politicamente insustentável", lê-se na moção de censura, onde se defende que "nenhum governo, em nenhum lugar do mundo, pode sobreviver quando a sua integridade é colocada em causa de forma tão acintosa e quando um leque tão vasto dos seus representantes nos mais vários níveis, estão a ser investigados ou estão já arguidos por crimes contra o Bem Comum, incluindo o presidente do Governo Regional da Madeira, quatro secretários regionais e o secretário-geral do PSD da Madeira".

Para o Chega-Madeira, "a gravidade das circunstâncias obriga a uma resposta urgente e o prolongamento de situação de desgoverno só tratá mais danos à já fragilizada confiança dos cidadãos nas suas instituições", pelo que "sem qualquer receio, tibieza ou calculismo", o partido assume a "responsabilidade" de abrir "uma porta clara e concreta de renovação política" na região autónoma.

Apesar de o sucesso da moção de censura depender dos votos a favor do PS e do Juntos pelo Povo, o Chega-Madeira diz que a "continua predominância de um partido que tem sustentado, de forma mais ou menos reforçada, sucessivos executivos" também em nada abona a favor dos outros partidos que há mais tempo formam a oposição parlamentar. Nomeadamente do PS-Madeira, "cuja incapacidade evidente e crónica em apresentar uma alternativa credível ao partido do poder quase que o eleva ao estatuto de cúmplice ético e moral das evidentes más práticas instaladas na governação madeirense".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt