O município de Cascais vai iniciar a instalação de mais de 400 câmaras de videovigilância no primeiro trimestre de 2025, num investimento de 12 milhões de euros que permitirá cobrir os “pontos sensíveis” das suas quatro freguesias. Aproveitando o Centro de Comando e Controlo existente no Estoril, onde é feita a gestão da iluminação e transportes públicos, passará a existir um Centro de Operações e Segurança, com agentes da PSP e guardas da GNR a fazer a monitorização.“Consideramos que a segurança é um pilar estratégico para o desenvolvimento do concelho, a par da educação, da saúde e da habitação”, diz ao DN o vice-presidente da Câmara de Cascais, Nuno Piteira Lopes, para quem o concelho é “reconhecido como uma smart city muito avançada”. O acrescento do Centro de Operações e Segurança prevê não só compartimentos próprios para a PSP, GNR e Polícia Municipal, como também uma rede de fibra ótica dedicada exclusivamente à videovigilância.As câmaras serão instaladas progressivamente, ao longo do próximo ano e à medida que avançar a infraestrutura, num trabalho feito em colaboração com as forças de segurança do concelho, que tem três freguesias cobertas pela PSP (Cascais e Estoril, Carcavelos e Parede, e São Domingos de Rana) e uma pela GNR (Alcabideche). “Foi feito um trabalho exaustivo, no sentido de fazer o levantamento dos pontos sensíveis de todo o território e a localização das mais de 400 câmaras foi definida pela própria PSP e pela própria GNR”, diz Piteira Lopes, acrescentando que os critérios tiveram a ver com registos de ocorrências e risco existente em determinados locais.Para o vice-presidente da Câmara, “é um passo muito importante para garantir aos munícipes de Cascais que continuamos na vanguarda daquilo que são as melhores políticas de segurança que existem no país”. O investimento de 12 milhões de euros realizado pela autarquia inclui, além de câmaras de videovigilância, a rede de fibra ótica e as obras no Centro de Comando e Controlo, incluindo salas de visualização de imagens, data center e preservação de imagens, englobando equipamentos nas escolas públicas do concelho, para garantir a cibersegurança dos alunos no acesso às redes. Quanto à localização das câmaras, além dos aglomerados urbanos, por onde deverá começar a instalação, não serão esquecidas as ciclovias e o Parque Natural de Sintra-Cascais, “onde não há pessoas, mas existem recursos naturais que importa preservar”. Segundo Piteira Lopes, a videovigilância obteve “muito bom acolhimento de todas as forças políticas, sem resistência de nenhum grupo em particular”.Quanto à possibilidade de esta iniciativa servir como antídoto ao crescimento do Chega, o vice-presidente da Câmara de Cascais, candidato da Aliança Democrática nas próximas autárquicas - devido à limitação de mandatos de Carlos Carreiras -, recusa que seja esse o objetivo, mas defende que o investimento em curso melhorará o policiamento: “A videovigilância é uma tecnologia que hoje está à nossa disposição, em todas as áreas, e temos de saber aproveitá-la da melhor forma. No limite, estamos a permitir que possa haver um número maior de efetivos na rua, porque deixam de fazer outro tipo de funções.”Também para melhorar o policiamento, a Câmara de Cascais incluiu na Estratégia Local de Habitação, através da qual investirá cerca de 300 milhões de euros em 3500 casas até 2028, um programa especial para forças de segurança. Tal como sucede com os professores, qualquer polícia ou guarda colocado no município e que fique a mais de 60 quilómetros do local de residência terá a possibilidade de aceder a habitação pública municipal “a preços muito mais justos e acessíveis”.