Super-heróis: juntos, à bulha ou separados

No próximo ano, Batman, Super-Homem e outros super-heróis vão estar no grande ecrã.

Super-heróis zangados e em conflito. Com capas, com fatos elásticos, musculados, mascarados e de todos os feitios. Super-heróis, essa praga que está a "deformar" a paisagem do cinema americano de grande orçamento será de novo a grande tendência para o calendário de 2016.

Hollywood, com um marketing cada vez menos cinematográfico e mais próximo dos ditames do universo BD e dos videojogos vai inundar o espaço mediático. Essa inundação tem efeitos colaterais, óbvios, por sinal. Cada vez menos apostar--se-á num outro cinema de entretenimento, menos formatado e com ideias novas. O ano de 2016 é o do tira-teimas - a Marvel e a DC fizeram um takeover aos estúdios: a sua estratégia de sequelas e spin-offs está e vai singrar. Tudo o resto é atropelado.

Se há uns anos o cineasta cinéfilo Peter Bogdanovich chorava com o aparecimento no final da década de 1970 com os blockbusters (Tubarão e companhia), agora deve ficar deprimido. O curioso é que em Portugal o público especializado em filmes-evento de adaptações de comic books começou a minguar. Franchises como X-Men ou Homem-Aranha não são campeões de bilheteira. Nesse sentido, o próximo ano não será o eldorado da recuperação das receitas de bilheteira que foi 2015.

À cabeça das atrações desse segmento há um filme que já está a ser trabalhado para acontecimento: Batman vs. Super-Homem: O Despertar da Justiça, de Zack Snyder, épico de três horas que coloca em confronto os reis de todos os super-heróis.

Veja o trailer:

Esta luta de titãs chega já em março, enquanto o mesmo estúdio, a Warner, tem também um dos êxitos certos no mercado americano, Suicide Squad, de David Ayer, onde Will Smith é o nome mais forte do cartaz. Uma BD de nicho com uma série de super-heróis de "velha escola" em missão de reunião.

Veja o trailer:

A concorrência aposta forte também, a Fox joga tudo em Deadpool, um super-herói da Marvel resmungão, malcriado e com sentido de humor. Ryan Reynolds veste as collants vermelhas e o filme tenta seduzir uma camada de público acima dos 18 anos. Mais para o verão outro X-Men, este chama-se Apocalipse e é mais uma aventura dos mutantes ainda da nova geração (superelenco com Jennifer Lawrence, Michael Fassbender e Oscar Isaac à cabeça), de novo com Bryan Singer no leme.

Veja o trailer:

Por fim, impossível não referir Capitão América: Guerra Civil, dos irmãos Russo.

Para lá dos blockbusters, o ano que aí vem terá uma diversidade que tocará todos os públicos. Vamos continuar a assistir a uma avalancha excessiva de estreias, capaz de misturar documentários (atenção a Jia Zhangke - Um Homem de Fenyang, de Walter Salles), propostas provocadoras (Love, de Gaspard Noé), cinema de arte e ensaio (por exemplo Takclub, de Brilhante Mendonza) e o regresso dos autores (por exemplo Everybody Wants Somebody, de Richard Linklater; Julieta, de Almodóvar; e o novo sem título de Woody Allen).

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG