Spielberg e a herança de Walt Disney

" O Amigo Gigante", Steven Spielberg
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Dir-se-ia que Steven Spielberg quis regressar às origens. O que, como ele próprio já referiu, significa regressar à inspiração de Walt Disney (com produção dos próprios estúdios Disney).

A adaptação da história de Roald Dahl sobre a relação que se estabelece entre uma menina e um gigante humano, demasiado humano, reencontra, assim, um saboroso espírito primitivo de fábula que não cede, nem de longe nem de perto, à ostentação técnica.

Paradoxalmente ou não, este The BFG ("Big Friendly Giant") representa também uma evolução fulgurante da chamada "performance capture" já experimentada em As Aventuras de Tintin (2011): a coexistência da muito humana Sophie (Ruby Barnhill) com o gigante (Mark Rylance) digitalmente reconfigurado ilustra as possibilidades abertas por toda uma conjuntura de produção em que, para o melhor e para o pior, Hollywood continua a ser líder. Uma vez mais, em tal contexto, Spielberg é o vanguardista que não desiste de uma fidelidade nostálgica ao espírito clássico da fábula.

Classificação: ****

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