O enérgico 11 Minutos chega às salas acompanhado de uma interessante curta-metragem, de Gonçalo Loureiro: Marasmo. Esta curta, uma ilustração cinemática do título, surge como falso arranque para o filme de Jerzy Skolimowski, do qual a inércia está completamente arredada, na sincronia urbana...
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Desde o regresso em 2008, com Quatro Noites com Anna, o polaco parece estar aí para continuar a marcar território. Da fuga que se fazia no seu último filme - Essential Killing - passa-se agora para várias fugas no contexto de uma cidade, onde o anonimato de quase todas as personagens surge como indicativo de algo que as transcende: o tempo, e o que nele acontece.
Nesse trânsito humano conta-se um velho pintor, a quem sucede estragar-se um esboço, devido ao pingo de tinta que caiu involuntariamente no papel. Este será, porventura, o alterego de Skolimowski (na vida real também dedicado à pintura), e no pingo concentram-se os 11 Minutos: ponto para onde convergem acontecimentos simultâneos, ligados numa narrativa abstrata, como um quadro de Jackson Pollock.
É um filme alucinado e vertiginoso.
Classificação: **** Muito Bom