Paula Hawkins em Lisboa com o sucessor de A Rapariga no Comboio

A escritora Paula Hawkins virá à Feira do Livro de Lisboa a 10 e 11 de junho autografar o seu novo romance, Escrito na Água, que sai a 2 de maio.

São mais 384 páginas para entrarem diretamente no topo da tabela de vendas de livros em Portugal - e no mundo - como aconteceu ao anterior sucesso de Paula Hawkins, A Rapariga no Comboio, que há quase dois anos está entre os mais lidos no nosso país. Afinal, já foram, impressos 125 mil exemplares dessa história que agarrou os leitores como poucas e que liderou a preferência dos portugueses durante mais de dez semanas no primeiro lugar e mantém-se há mais de 80 entre os dez mais vendidos.

Desta vez não há comboios, mas a normalidade descarrila quando a protagonista Jules é obrigada a enfrentar "recordações e medos terríveis há muito submersos num rio de águas calmas" quando aparece no leito o cadáver da sua irmã. Ainda por cima, Nel estava obcecada pelas mortes de outras mulheres que aquele rio já engolira antes, a última das quais, a melhor amiga da sua filha.

O argumento deste segundo thriller de Paula Hawkins ainda está no segredo e a máquina editorial tem feito tudo para o proteger. As editoras que o vão publicar estão proibidas de divulgar a história, a capa e mesmo o título: Escrito na Água. Que não corresponde ao original por ser uma expressão idiomática britânica, Into the lake, e que demorou a ser escolhido entre as várias hipóteses e só ficou decidido após aprovação da autora em resposta ao pedido de editores de vários países.

O lançamento do novo romance de Paula Hawkins está marcado para o dia 2 de maio. E vai beneficiar-se da embalagem do sucesso que A Rapariga no Comboio ainda regista, pois a última reimpressão elevou o número de exemplares a níveis fora do que é habitual no nosso mercado. Se a primeira tiragem fora de cinco mil livros, logo seguidas de duas novas impressões na mesma quantidade, desta vez a Topseller decidiu apostar forte e sairá para as livrarias com um recorde para os tempos que correm: 40 mil unidades. Uma primeira edição que a editora garante estar já esgotada face aos pe-didos de livreiros. Ou seja, decididamente, a editora pretende que Escrito na Água continue o sucesso de A Rapariga no Comboio e que seja o livro que os portugueses irão levar para as férias.

Com saída confirmada para a primeira semana de maio, Paula Hawkins já confirmou que virá a Portugal para dar autógrafos na Feira do Livro de Lisboa nos dias 10 e 11 de junho. Uma deslocação que efetuará por alguns dos países onde o livro será publicado no mesmo dia da edição inglesa e que servirá para conhecer os leitores.

Pode adiantar-se que o mistério da morte no rio de repetidas mulheres tem um desfecho surpreendente, apesar de não existirem vestígios de crime mas antes tudo a apontar para que Nel se tenha suicidado. No entanto, uma mensagem deixada no telefone faz Jules duvidar da investigação policial.

Tal como o novo thriller de Paula Hawkins tem um imbróglio que demora quase quatro centenas de páginas a resolver, também a narrativa de Escrito na Água tem uma história escondida. É que esta foi a primeira tentativa literária de Paula Hawkins e não o megassucesso de A Rapariga no Comboio como tudo parecia indiciar. Situação que não revelou por inteiro aquando da entrevista ao DN em 2015 mas que agora já se pode contar, o facto de Escrito na Água ter sido a sua primeira tentativa para criar um romance bem sucedido. Apesar de ter então deixado vários capítulos escritos, não conseguiu fechar o livro e avançou para o thriller que lhe deu fama. Só agora é que voltou ao primeiro manuscrito, tendo conseguido resolver as questões que se lhe colocavam e, finalmente, terminado o primeiro projeto.

Uma questão que a própria escritora esclarece assim ao fim de 20 milhões de livros vendidos: "Esta história demorou algum tempo para amadurecer. Para mim existe algo irresistível nas histórias que contamos a nós próprios, bem como a capacidade que temos em ignorar as vozes e as verdades de forma consciente ou inconsciente, fazendo que as memórias desapareçam e só então tudo fique claro."

Paula Hawkins considera que este novo romance é tão envolvente como o anterior, mas não deixa de confessar que lhe foi bastante difícil escapar à força da anterior personagem quando chegou o momento de reiniciar Escrito na Água a partir dos capítulos que já tinha escrito na primeira tentativa.

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