"O Jardim" de Cláudia Pascoal e Isaura vence o Festival da Canção
A claque efusiva que recebeu o nome de Cláudia Pascoal no ecrã do Multiusos, em Guimarães, assim que começou o Festival da Canção, antecipava a tendência das sondagens e apostas dos últimos dias. O Jardim era a canção preferida. Tudo se confirmou na noite de ontem. A jovem, ex-participante do concurso The Voice sucede a Salvador Sobral como representante de Portugal na Eurovisão, na final que se vai realizar a 12 de maio em Lisboa, na Altice Arena, naquela que será a primeira vez em que o país organiza o evento.
A canção foi a segunda preferida do júri regional e a preferida do televoto, o que bastou para alcançar o primeiro lugar. O anúncio da vitória aconteceu já com o pavilhão em euforia.
Por ordem crescente (de 1 a 12), o público votou nas canções dos compositores Tito Paris, Paulo Flores, Peter Serrado, Jorge Palma, Armando Teixeira, Janeiro, Fernando Tordo, Diogo Clemente, Júlio Resende e Isaura. Os 12 pontos foram ditos já com o som dos espectadores em euforia no Multiusos.
O júri regional dividiu-se sobretudo entre cinco canções. As que foram interpretadas por Catarina Miranda, Cláudia Pascoal, Peu Madureira, Janeiro e Joana Barra Vaz.
Cantores mais confiantes
O último cantor a pisar o palco foi o fadista Peu Madureira, o único a fazer uma mudança de fundo na sua apresentação. Trocou o fato claro por um smoking. Catarina Miranda e o seu Para Sorrir eu Não Preciso de Nada foi a primeira a arrancar uma ovação do público na sala. E Minnie e & Rhayra as primeiras a fazer levantar os espectadores, incluindo as concorrentes Joana Espadinha e Susana Travassos, que dançavam na green room.
Uma claque potente, armada com t-shirts com o rosto de Joana Espadinha, apoiou a canção Zero a Zero de Benjamim. De prateado, a cantora, formada na escola do Hot Club, fez as luzes baixarem no Multiusos na proporção inversa aos brilhos. A artista mostrou-se mais confiante nesta final, tal como Peter Serrado que atacou com energia, e recebendo muitos aplausos, o seu Sunset, a única canção em inglês que chegou à final. Esta foi, aliás, uma nota comum a vários cantores.
Num palco muito maior e com uma cenografia bastante apoiada na iluminação, ensaio geral para a Eurovisão que Lisboa recebe em maio, o Festival da Canção arrancou em modo dança e néons, culminando na entrada em palco dos apresentadores, Filomena Cautela e Pedro Fernandes. A mudança de guarda-roupa fez-se em direto, com mais um momento encenado. Do lado oposto do palco, na galeria, junto à régie de iluminação, o diretor de produção da RTP, Carlos Barrocas, celebrou o arranque do Festival da Canção. António Polainas, autor do cenário, tirava fotografias.
Um dos momentos altos do espetáculo foi o tributo a Simone de Oliveira. Aurea e Mariza Liz cantaram êxitos da artista que também subiu ao palco. Desfolhada, a canção com que representou Portugal na Eurovisão em Madrid, em 1969, foi cantada quase em uníssono pelas três mil pessoas que assistiram ao vivo ao Festival da Canção. No final, recebeu a única ovação de pé.