A celebração dos Depeche Mode no Optimus Alive

A atuação dos veteranos embaixadores da pop eletrónica inglesa foi o momento mais ansiado pelos muitos que enchiam o recinto na segunda noite. O grupo respondeu com um concerto para as massas.
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00h15 - Terminou há pouco o concerto dos Depeche Mode no Optimus Alive, tendo o grupo saído do Passeio Marítimo de Algés claramente vitorioso. Durante duas horas celebrou-se toda uma carreira marcante na história do electro/pop, que não esqueceu sucessos mais remotos como Just Can't Get Enough (já no encore), passando por Personal Jesus e Enjoy the Silence (ambas amplamente cantadas pela multidão que os recebeu). O propósito da digressão que trouxe esta noite o grupo a Algés pode ser um novo álbum, Delta Machine (que não foi esquecido, ou não tenha o concerto começado com Welcome to my World e Angel), mas o que acontece num concerto dos Depeche Mode é a celebração de todo um percurso. Isso é feito sem que a nostalgia seja o único factor em conta, principalmente pela presença em palco do vocalista Dave Gahan, performer nato que foi feito para espetáculos para massas. Martin Gore teve, ocasionalmente o seu protagonismo, como aconteceu quando interpretou Home, no início do encore, mas é acima de tudo na figura de Dave Gahan (e na agilidade da banda) que o concerto dos Depeche Mode vive. Mais um momento de aclamação absoluta. J.M.

22h30 - O grupo mais aguardado do segundo dia de Optimus Alive entrou há momentos em palco e, se ao final da tarde havia menos público que na véspera, o cenário alterou-se consideravelmente. À hora de entrada do grupo britânico a plateia era visivelmente maior do que aquela que recebeu os Green Day na sexta-feira. Os Depeche Mode iniciaram o concerto com dois temas do recente álbum Delta Machine, Welcome to my World e Angel, mas logo revisitaram momentos do seu passado, como Walking in my Shoes ou Policy of Truth, bastante celebradas pelos milhares de fãs que acorreram a Algés. Com um espetáculo visual apurado, o grupo revela competência na criação de um espetáculo pensado para as massas. Antes dos Depeche Mode subiram ao Palco Optimus os Editors. J.M.

21h00. A electrónica explosiva do projecto australiano Flume sobe ao Palco Clubbing no início da noite frente a uma plateia substancialmente preenchida, dedicada às batidas frenéticas e aos ritmos acelerados de uma sonoridade essencialmente instrumental. Durante uma hora incansável de espéctaculo, Flume transformou o Palco Clubbing numa pista de dança, onde se destacaram os bombásticos Sleepless e HyperParadise, uma remistura do original dos Hermitude que encerrou o concerto em grande euforia. M.P.

20h10 - Terminou há momentos a estreia em palcos portugueses dos Jurassic 5, que trouxeram um pouco da história do hip hop ao Passeio Marítimo de Algés. O público que encontraram não era, na sua maioria, conhecedor da obra do coletivo de Los Angeles que se reuniu recentemente, depois de seis anos de interregno. Mas o grupo esforçou-se ao máximo para cativar o seu público e, progressivamente, conseguiram protagonizar uma bela festa de hip hop em Algés. Mesmo que tenham passado seis anos desde a sua separação, os seis elementos mantém entre si uma excelente cumplicidade e os rappers continuam com um flow irrepreensível. Por vezes parecia que o tempo não tinha passado. Recuperaram clássicos do seu repertório, como Concrete Schoolyard, e a certa altura fizeram uma breve referência ao fenómeno viral Harlem Shake, que entusiasmou muitos dos presentes.

Além dos quatro rappers integrantes dos Jurassic 5 terem mantido uma constante interação com o público, os DJs Nu-Mark e Cut Chemist também se chegaram à frente de palco. Primeiro num momento em que Cut Chemist envergou um gira-discos portátil transformado em guitarra, enquanto Nu-Mark tocava num colar repleto de discos de vinil. Mais tarde arriscaram uns passos de dança ao lado dos MCs.

É verdade que a maioria das pessoas que se encontravam junto ao Palco Optimus não estava ali para ver os Jurassic 5, mas estes souberam vencer essa "precalço" com sapiência. J.M.

20h00. No Palco Heineken, o duo de Los Angeles Rhye traz atua pela primeira vez a Portugal e encanta um público visivelmente enternecido com as baladas adocicadas de Woman, álbum único editado este ano. Perante uma plateia a quem eram consideravelmente desconhecidos, não deixaram de encantar num concerto impressionantemente agradável, onde não faltaram os singles The Fall e Open. M.P.

19h00. Depois da elegância portentosa de Jessie Ware no dia anterior, é Tom Krell, líder do projecto norte-americano How To Dress Well, quem se faz ouvir em todo o Palco Clubbing, hipnotizando os presentes com a sua voz tão polida e angelical, dissolvida numa dreampop aliada ao R&B, do tímido - porém comunicativo - vocalista. Apresentando temas do mais recente álbum Total Loss (um dos mais frescos e inovadores discos do ano passado) como Cold Nites, & It Was U ou Set It Right (que encerrou o concerto de um modo apoteoticamente psicadélico), os How To Dress Well asseguraram uma experiência musical superlativa, sendo facilmente considerado como um dos melhores - e mais surpreendentes - concertos do festival. M.P.

18h50 - Nesta segunda tarde da edição de 2013 do festival Optimus Alive foi desde logo visível menos público no recinto do Passeio Marítimo de Algés, comparando com o cenário do primeiro dia. Ainda assim é evidente que os Depeche Mode são o grupo mais aguardado de hoje. Mas enquanto a banda britânica não aparece, no Palco Optimus acabaram de atuar os portugueses OQueStrada, que são assim o primeiro nome português a atuar neste palco nesta edição. O grupo trouxe "sabores" de Lisboa ao Optimus Alive, com canções que tanto cruzam referências do fado lisboeta, como da música dos Balcãs. À hora que o grupo apareceu em palco já eram várias centenas de pessoas que se encontravam junto ao palco, mas uma boa parte pouco motivada. J.M.

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