Marina Abramovic prepara-se para levar o maior choque da sua vida
Depois de chocar o mundo das artes, Marina Abramovic está a preparar-se para apanhar, ela própria, um choque. A artista de 71 anos anunciou que já está a preparar a sua próxima grande performance em que irá sujeitar-se a uma carga de 1 milhão de watts de eletricidade, aplicados por um criador de cabras inglês. E isto tudo com o objetivo de apagar uma vela. A apresentação só irá acontecer em 2020, na exposição que a artista de origem sérvia terá na Royal Academy de Londres.
"A eletricidade é algo que a maioria das pessoas não entende", explicou ao Times Adam Lowe, do Factum Arte Studio, que está a desenvolver esta ideia com Abramovic. Foi ele que descobriu Dwight Perry, um criador de cabras de Dorset que é também "um extraordinário engenheiro" e que vai criar um fato especial para a artista, usando técnicas associadas à fotografia de Kirlian (ou eletrofoografia), que data do século XIX. A carga elétrica irá atravessá-la, desde a ponta dos pés até à ponta dos dedos das mãos. E com essa carga elétrica irá apagar a chama de uma vela. Para já, ainda não se sabe bem como é que tudo vai funcionar mas Lowe garante que Abramovic já fez coisas bastante mais perigosas.
Sempre a testar os limites físicos e psicológicos do seu corpo, Marina Abramovic é conhecida pelas suas performances arriscadas ou simplesmente chocantes. Em 1973 apresentou Ryhthm 10 em que "brincava" com uma faca e acabou por se cortar várias vezes nas mãos.
No ano seguinte, em Rhytm 0, colocou 72 objetos em cima de uma mesa e pediu ao público para os usar com ela como bem entendessem. Um desses objetos era uma arma carregada.
Em 1997 ganhou o Leão de Ouro na Bienal de Veneza, com a videoinstalação Balkan Baroque. Em 2010, Abramovic apresentou a exposição retrospetiva Teh Artist is Present, no MoMA - Museum of Modern Art, em Nova Iorque.
Agora, Marina Abramovic vai brincar com a eletricidade e ao mesmo tempo tornar-se-á a primeira mulher a ter uma exposição em nome próprio na galeria principal Royal Academy nos seus 250 anos de existência.