John Zorn Special Edition: o Jazz em Agosto para colecionador
O melhor é tomar nota: esta é uma edição de colecionador. O Jazz em Agosto é dedicado ao músico norte-americano John Zorn e toda a programação foi com ele pensada. Rui Neves, diretor artístico do festival que se realiza na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, não esconde o entusiasmo: "há muitos grupos interessantes [na programação], todos muitíssimo bons. Penso que o melhor efeito é, para quem conhece o John Zorn, no fim de tudo isto ter acabado reconhecer que assistiu a algo inédito, reconfortante, inspirador". O Jazz em Agosto decorre de 27 de julho a 5 de agosto e, este ano, a programação intitula-se John Zorn Special Edition.
"Quando pensámos aqui no serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian marcar o festival Jazz em Agosto com algo de importante, até para assinalar as 35 edições, pensámos de imediato numa personalidade como o John Zorn", diz Rui Neves. Zorn, que já esteve no Jazz em Agosto, é "um músico que vem do século XX e passa para o século XXI sem problema nenhum, tem a capacidade de falar a várias gerações porque tem sabido sempre renovar-se".
O compositor e saxofonista trabalhou com a Gulbenkian na definição do programa. "Ninguém conhece os músicos que podem funcionar dentro da perspetiva da música mais atual dele", diz Rui Neves. "É a música mais atual que ele está a fazer. São tudo grupos atuais e atuantes do Zorn, com músicos já veteranos e músicos de uma nova geração. Todos eles são músicos da downtown nova-iorquina, portanto é uma embaixada de jazz de Nova Iorque no Jazz em Agosto ".
Entre a oferta hoje divulgada, Rui Neves aponta o concerto de abertura: John Zorn com Milford Graves e o Thurston Moore (27 de julho). "O Thurston Moore é um músico que, quem é fã do rock, conhece dos Sonic Youth. O John Zorn já fez um disco com o Milford Graves, já fez um disco com o Thurston Moore mas nunca tinham atuado os três juntos", destaca o programador. No dia 29, a soprano Barbara Hannigan e o pianista Stephen Gosling interpretam uma peça composta por John Zorn para a soprano, Jumalatteret. Foram escolhidas duas bandas portuguesas - The Rite of Trio e The Slow is Possible - por terem na sua origem, a "ideia da música" de Zorn.
O festival vai ter, pela primeira vez, concertos duplos, para "diversificar a oferta em palco". A imagem gráfica desta edição é da autoria da chinesa Heung-Heung Chin, designer da editora de Zhorn, a Tzadik.
Toda a programação aqui.