Este quadro da família real demorou tanto tempo a pintar que entretanto o Rei abdicou

O retrato "A Família Real" teve que mudar de nome porque, nos 20 anos que demorou a ser pintado, Juan Carlos I abdicou. O resultado final foi revelado ontem.
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Em 1994, Antonio López foi escolhido para pintar um retrato da família real espanhola, na altura encabeçada por D. Juan Carlos I. O quadro foi exposto pela primeira vez esta quarta-feira, 20 anos depois, e em vez de se chamar La Familia Real, passou a chamar-se La Familia de Juan Carlos I, porque Juan Carlos I abdicou em junho deste ano.

Na inauguração da exposição que integra este quadro de Antonio López, alguns faziam já análises psicológicas ao conteúdo, rico em significados pelas décadas que carrega. "Repare-se na distância que há entre a rainha e Felipe", dizia Manuel Vicent, escritor citado pelo El País. "É como se quisesse mostrar a separação entre o futuro do novo rei e o passado desta família."

Para os jornalistas do El País que estiveram presentes, ver o quadro, que está assinado "com honestidade" ("Antonio López, 1994-2014"), foi como "estar perante a minuciosa anatomia de um instante na transformação de uma família e de um país".

"Há muito tempo que não trabalhava com pessoas", explicou. "Há muitíssimos anos que não fazia retratos. Foi bom retomar esta relação com as pessoas, mas também me foi muito difícil".

Segundo o pintor, não havia nenhum pedido específico acerca do quadro, além de que "fossem retratados como uma família espanhola. Nada mais". Antonio López diz que tentou "dar-lhes dignidade e um porte poderoso, além de harmonia e beleza".

Um gesto que foi apreciado pelos ex-monarcas representados, D. Juan Carlos I e D. Sofia. "Estamos todos como éramos há 20 anos!" terá exclamado Juan Carlos ao ver o quadro pela primeira vez, segundo contou José Rodríguez-Spiteri, encarregue de apresentar a exposição aos jornalistas. D. Sofia acrescentou: "Gosto muito. É o antes e o depois".

A exposição El retrato en las colecciones reales está agora patente no Palácio Real de Madrid, até 19 de abril, e inclui 114 retratos que traçam a história da monarquia espanhola.

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