Adriana Calcanhotto: "É possível que a Partimpim apareça com mais um projeto"

A artista brasileira deu esta quarta-feira a primeira master class como professora da Universidade de Coimbra. Cantora e compositora brasileira tem novos projetos no horizonte.
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Ao longo de três horas, foi só ela e o seu "violão" (viola), contando histórias para um auditório lotado, a média-luz. Adriana Calcanhotto viveu esta quarta-feira "a situação mais difícil" da sua vida: dar uma aula falando de si mesma. Foi a primeira master class do semestre da cantora e compositora brasileira como professora da Universidade de Coimbra e serviu também para ela revelar que já tem novos desafios na mira.

"É possível que a [Adriana] Partimpim apareça com mais um projeto. É possível que ela saia da caixa onde está deitada e apareça em algum momento", revelou Adriana Calcanhotto, a meio da aula onde revisitou o seu percurso desde a infância (quando os pais, melómanos, lhe passaram a paixão pela música) à atualidade (de devota das palavras, sob a forma de poema).

Seja ou não de Adriana Partimpim - o seu heterónimo da música para crianças (mas não necessariamente infantil) -, certo é que este período em Coimbra vai servir para germinar uma nova obra da cantora brasileira. "É um semestre como professora mas ao mesmo tempo é uma residência artística. Então, muito provavelmente deve resultar em um disco, um livro, alguma coisa assim... ", explicou Adriana Calcanhotto, em declarações aos órgãos de comunicação social, após a master class, que encheu quase por completo os 500 lugares da plateia do Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra. "Não quero pensar a priori [que projeto exato vai ser], porque quero que resulte mesmo da vivência aqui na universidade e na cidade, que é muito interessante. Coimbra guarda muitos acontecimentos importantes tanto para Portugal como para o Brasil; tem uma ligação direta com o Brasil: isso é uma coisa que me fascina", acrescentou.

A menção à "forte ligação" do Brasil à Universidade de Coimbra - aí estudaram os pais fundadores da pátria brasileira e ainda hoje reúne a maior comunidade universitária "canarinha" além-fronteiras - abriu a aula de Adriana Calcanhotto, pautada aqui e ali por interlúdios musicais, a voz e "violão" (onde não faltaram as clássicas "Devolva-me", "Esquadros" e "Fico assim sem você"). "O Brasil precisa como nunca da Universidade de Coimbra porque estamos vivendo uma tragédia anunciada na educação. Acho que a Universidade pode, e talvez deva, inspirar os estudantes e as pessoas no Brasil ao amor pela transmissão do conhecimento. Eu estou aqui para o que for necessário para isso", concluiu - sem querer, no entanto, associar esse diagnóstico à atual situação política brasileira.

As cinco master classes da "professora" Adriana Calcanhotto na Universidade de Coimbra estendem-se até junho. A segunda, intitulada "Letra e Música", decorre a 30 de março, no Teatro Académico Gil Vicente.

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