As contradições de Kanye West sob o filtro de Steve McQueen
Durante nove minutos, o realizador de 12 Anos Escravo mostra a dualidade de um artista que é tão amado quanto odiado, numa instalação no Museu de Arte de Los Angeles
Intenso, explosivo, egocêntrico, artístico. É assim que o consagrado realizador Steve McQueen apresenta Kanye West num curto filme de nove minutos, exposto em formato de instalação no Los Angeles County Museum of Art (LACMA).
O conceito é a dualidade entre a obsessão com a câmara, o estatuto de celebridade e a vontade de fugir de ambas. All day/I Feel Like That, um mashup de duas músicas do novo álbum, mostra as contradições de um gigante do hip hop que se declara "o novo Kurt Cobain" e o ser humano "número um" da música, o mesmo que ajudou a mulher Kim Kardashian a compreender e aceitar a transição de Bruce para Caitlyn Jenner.
"A palavra certa é experimentação. Se queres ser um artista, experimentas", disse Steve McQueen, que venceu um Óscar de Melhor Filme por 12 Anos Escravo, na estreia da instalação no LACMA. "Quando se lida com um artista como Kanye, há sempre colaboração", acrescentou.
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Kanye West, que levou Kim à estreia, prepara o novo álbum, SWISH, para breve. O artista tornou-se famoso menos pela sua arte do que pelo casamento com a Kardashian-mor e declarações apoteóticas como "eu sou um enigma da pop" e "visitar a minha mente é como visitar a fábrica da Hermès. Esta m***a é a sério".
O público tem uma relação de amor-ódio com ele. Enchem-se páginas de tabloides e revistas cor-de-rosa com a roupa que usa, as presenças em eventos, os dramas familiares. Quando o festival Glastonbury anunciou Kanye West como cabeça de cartaz, houve ameaças de boicote - mas ele respondeu à letra com um concerto portentoso. "Sou uma má celebridade, mas um artista bastante bom", disse no LACMA.