Almeida Santos: O fadista no político
"É uma voz outonal a que registo, já sem a sonoridade de outrora. Mas é a que me sobra. Já não tenho outra. E cada um vai às cantigas com as cordas vocais que tem. Registo também umas variações em ré menor, para guitarra, que compus nos meus recuados tempos de aprendiz de guitarrista."
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Foi António de Almeida Santos, ministro dos quatro governos primeiros governos provisórios, um dos principais responsáveis pelos processos de descolonização que seguiu o 25 de abril, ex-presidente da Assembleia da República, e eterno socialista, quem escreveu estas linhas. Constam no álbum que gravou em 2000, Coimbra no Outono da Voz.
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O socialista, que morreu na segunda-feira aos 89 anos, aprendeu o fado em Coimbra, onde estudava Direito. Nessa cidade a que, no mesmo texto, chamou "a cidade que mais amo" - "revolucionária quando foi preciso" - integrou o Orfeon Académico e a Tuna, e aprendeu a manejar a guitarra com António Brojo. Deixaria como herança aquelas que refere no texto como "umas variações em ré menor" e cuja partitura está ainda disponível.
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