Há 26 anos, João Vale de Almeida trocou Lisboa por Bruxelas e as redações de jornais - o DN - pelos gabinetes da Comissão Europeia. Nunca se arrependeu. Não é um embaixador de carreira, mas fez da diplomacia - e da discrição - uma arma e um aliado ao serviço de alguns dos homens mais poderosos do mundo. Serviu-se de ambas na sua longa carreira na UE, e sobretudo enquanto embaixador da União Europeia em Washington. Agora mudou-se para Nova Iorque, onde é o representante na ONU. Em jovem queria mudar o mundo, desconfiado de quem debitava certezas. Foi sempre «crescido», «sensato». Defende as armas da convicção, inteligência, valores, cultura e diálogo. Mas sabe que não chega. Esta conversa decorreu num hotel em Belém nas vésperas da Conferência Portugal e o Mundo, organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, da qual foi orador. Já então não estava otimista. E avisou a plateia: o terrorismo não conhece limites, temos de estar preparados para o pior. Não estávamos. Os atentados em Paris obrigaram a uma revisão da entrevista, por e-mail, praticamente em cima do horror a que se assistiu na capital francesa..Depois dos atentados de Paris, a Europa está em guerra contra o Daesh?._A luta contra o terrorismo e a intolerância e as suas raízes profundas é o primeiro grande combate político e moral do século XXI. Não podemos aceitar o que aconteceu..Como se ganha esta guerra?._Com a mobilização de vontades políticas à escala nacional, europeia e global, com a mobilização da opinião pública e com uma grande determinação na defesa dos nossos valores. Temos de lutar contra todos os que querem aproveitar este tipo de situações para polarizar as nossas sociedades e estigmatizar estrangeiros ou de origem estrangeira ou que professam uma religião diferente. Os muçulmanos são as primeiras e as principais vítimas do fundamentalismo islâmico..Que papel concertado pode ter a Europa na luta contra o terrorismo?._Só poderemos combater eficazmente o terrorismo com uma sólida cooperação europeia. O terrorismo não conhece fronteiras. O combate também não..Continue a ler a entrevista na Notícias Magazine.