Presidente do Zimbabwe apela à paz durante as eleições
O presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, pediu que o país permaneça em paz durante as eleições presidenciais de hoje, enquanto o líder da oposição disse tratar-se de um "ótimo dia" para o país.
Os eleitores zimbabwianos estão hoje a votar pacificamente nas primeiras presidenciais sem Robert Mugabe no boletim de voto.
De acordo com a Associated Press (AP), o chefe do Estado, Emmerson Mnangagwa, pediu aos zimbabwianos, através da rede social Twitter, que fossem pacíficos nas primeiras eleições presidenciais desde a demissão do antigo chefe de Estado Robert Mugabe, que governou o país durante 37 anos.
"Somos um só povo, com um sonho e um destino. Afundaremos ou nadaremos juntos", escreveu o presidente.
Nelson Chamisa, líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC-T, na sigla inglesa) e principal opositor de Mnangagwa, foi recebido com assobios e aplausos ao votar nas eleições históricas do país.
Ex-ministro e atual líder da oposição no Zimbabwe, Chemisa considerou que é um "ótimo dia" para o país que vai às urnas.
Dumiso Dabengwa, líder do partido opositor União do Povo Africano do Zimbabwe, disse à televisão sul-africana eNCA que a eleição oferece dois caminhos totalmente diferentes para os zimbabwianos.
"É uma decisão sobre se o Zimbabwe vai para a frente ou se permanece preso nos problemas que enfrenta hoje", mencionou Dabengwa, que ficou detido durante anos sem acusação sob o ex-líder Robert Mugabe.
Dabengwa, apoiante do líder da oposição Nelson Chamisa, descreve o voto como uma escolha entre "um novo começo" e o "estado atual".
David Coltart, um político no reduto da oposição zimbabwiano de Bulawayo, disse que há muitos relatos de votos ao "ritmo de um caracol".
Citado pela AP, o defensor do líder da oposição Nelson Chamisa disse esperar que os observadores eleitorais prestem especial atenção ao ritmo de votação "porque é um meio de suprimir o voto urbano".
Coltart referiu na rede social Twitter que a comissão eleitoral do Zimbabwe desacelerou deliberadamente a votação em áreas urbanas nas eleições de 2002 para prejudicar a oposição, que tradicionalmente tem forte apoio nas grandes cidades.
No domingo, Robert Mugabe considerou Nelson Chamisa "o único candidato viável" e rejeitou Mnangagwa e o partido no poder, afirmando que não pode votar em quem o atormentou.
Mais de cinco milhões de eleitores são chamados às urnas para eleger o próximo presidente do Zimbabwe, nas primeiras eleições após a demissão de Robert Mugabe, que em novembro de 2017 foi obrigado a demitir-se na sequência de um golpe de força do Exército.