Youtuber condenada a 15 anos de prisão por criticar o presidente do Ruanda

Yvonee Idamange, de 42 anos, acusou Kagamé de promover uma ditadura no país e explorar o genocídio sem oferecer ajuda aos sobreviventes, como é o seu caso.
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Um tribunal do Ruanda condenou nesta quinta-feira uma famosa youtuber do país, sobrevivente do genocídio de 1994, a 15 anos de prisão por "incitação à violência", depois de ela ter criticado o presidente Paul Kagamé no seu canal no YouTube.

Yvonne Idamange, de 42 anos e mãe de quatro filhos, que não compareceu ao julgamento, foi declarada culpada de seis acusações, condenada a 15 anos de prisão e ao pagamento de uma multa equivalente a 1700 euros. A condenação, no entanto, foi inferior ao pedido da acusação, que queria 30 anos e o pagamento de mais de cinco mil euros.

Idamange, que sobreviveu ao genocídio de 1994, foi detida em fevereiro por "mostrar um comportamento que mistura política, criminalidade e loucura", disse a polícia no momento da prisão.

O Tribunal Superior de Kigali considerou-a culpada de incitação à violência, difamação de objetos relacionados com o genocídio, difusão de rumores e agressão com uso de violência, entre outros crimes.

As acusações tiveram como base os comentários feitos no seu popular canal no YouTube, "Idamange", onde acusou Kagamé e o seu governo de promover uma ditadura no país e de explorar a questão do genocídio sem oferecer ajuda suficiente aos sobreviventes.

O canal de Yvonne no YouTube conta com 18 900 assinantes e uma média de cem mil visualizações por vídeo.

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