Xanana Gusmão continua no Governo

Xanana Gusmão demite-se da chefia do Governo mas poderá continuar no executivo. Além disso, foi-lhe facultado o poder de decidir quem quer que faça parte do próximo Governo.
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Xanana Gusmão poderá ocupar outras funções no VI Governo Constitucional de Timor-Leste, que se formará depois da sua eventual demissão do cargo de primeiro-ministro, disse à Lusa fonte do partido do líder timorense.

"Deixará o cargo de primeiro-ministro mas pode vir ainda fazer parte do Governo", disse a fonte do Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT).

A mesma fonte recordou que Xanana Gusmão recebeu carta-branca do partido para, apesar de se demitir, poder determinar quem é que faz parte do elenco do próximo executivo, mesmo que não o lidere.

Daí que tenha sido Xanana Gusmão a conduzir todo o processo de "reestruturação" mas que, na prática - explicam fontes do Governo - representa a definição do elenco do próximo Governo.

Fontes próximas de Xanana Gusmão apontam o médico Rui Araújo, que foi ministro da Saúde do primeiro Governo constitucional timorense e membro do Comité Central da Fretilin como um possível candidato à chefia do governo.

O CNRT - que controla 30 dos 65 lugares do parlamento - indigitaria Rui Araújo mesmo sem o apoio dos seus antigos parceiros de coligação do Governo (os dois deputados da Frente Mudança e os oito do Partido Democrático) já que contará com o apoio da Fretilin (25 deputados) até final da legislatura, referem as mesmas fontes do partido.

Além de Araújo, o novo Governo deverá incluir pelo menos dois outros nomes da Fretilin, o do deputado Estanislau da Silva - que poderá ser um de quatro vice-primeiros-ministros com funções de coordenação - e a do também deputado Inácio Moreira, que deverá ocupar a pasta de vice-ministro das Telecomunicações.

Rui Araújo, explicaram outras fontes do executivo, poderia vir a acumular também a pasta de Finanças.

Para os cargos de vice-primeiros-ministros poderão ser nomeados ainda o atual ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira, e o atual ministro da Justiça, Dionísio Babo.

Fonte da Fretilin confirmou à Lusa que membros do seu partido que eventualmente venham a integrar o executivo o façam de forma individual e não partidária.

Ainda assim, e tendo em conta o possível cenário de Rui Araújo ser primeiro-ministro, o partido vai reunir sexta-feira a sua Comissão Política Nacional.

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