World Press Photo muda regras para evitar manipulação

Face à acusação de retoques excessivos na fotografia vencedora deste ano, a organização decidiu exigir que os concorrentes de edições futuras facultem os negativos da imagem a concurso para se determinar se foi, ou não, manipulada.
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"O jurado vai valorizar as fotografias pelo seu valor noticioso, composição e estilo, e vai procurar tanto originalidade como impacto. Além disso, especialistas independentes vão examinar todos os negativos antes que o jurado tome a sua decisão final", esclareceu Michiel Munneke, diretor dos prémios World Press Photo.

No caso de serem detetadas irregularidades, o concorrente em questão é imediatamente eliminado. "Esperemos que os repórteres gráficos profissionais respeitem as normas jornalísticas e éticas, e não alterem o conteúdo das suas imagens, adicionando ou retirando elementos", sublinhou ainda o responsável.

A decisão surgiu depois de o vencedor do World Press Photo deste ano, o sueco Paul Hansen, cuja fotografia ilustrava famílias a transportar as suas crianças mortas na faixa de Gaza, ter sido acusado de manipulação da luz e de outros pormenores visuais. Após uma minuciona investigação, chegou-se à conclusão que o fotojornalista estava inocente, mas a polémica em tornou do concurso instaurou-se.

O evento parte de uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1955 em Amesterdão. Todos os anos, após ser anunciado o vencedor, as melhores fotografias são reunidas numa exposição aberta ao público e compiladas num livro que, posteriormente, é publicado.

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