Rostos do empreendedorismo social de todo o mundo vão estar em Lisboa nas próximas segunda e terça-feira para apresentar os seus projetos e lançar as tendências para o futuro. O palco vai ser a Fundação Calouste Gulbenkian, que juntamente com o governo e a Comissão Europeia organizam a primeira grande conferência do empreendedorismo social na Europa..Estão previstos mais de 100 oradores e 1400 participantes. Portugal apresenta-se como um exemplo único na Europa, uma vez que é o único país a utilizar o fundo social europeu para financiar projetos de inovação social. "Um dos objetivos desta conferência é também os Estados-Membros aprenderem com outros as boas práticas de uso de fundos europeus para estas questões. E Portugal é o único país a usar o fundo social europeu para a inovação social", sublinha a eurodeputada e membro da Comissão da Indústria, Investigação e da Energia Maria da Graça Carvalho..Um dos objetivos da Comissão Europeia (CE) é ouvir os parceiros sobre as novas tendências para o setor da inovação social, uma vez que se está já a preparar o orçamento para o pós-horizonte 2020. As tendências parecem ser as de soluções tecnológicas, aplicadas a problemas locais, de pequena escala e, por outro lado, abordar os problemas de formas mais sistémica, como um todo..O governo vê esta conferência como um lançamento na visão da "Europa como ponta de lança da inovação social mundial", sublinhou João Farinha, do gabinete da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, durante a apresentação aos jornalistas da conferência..A Fundação Gulbenkian entra também como um dos maiores financiadores privados de inovação social em Portugal, tendo investido mais de 7 milhões de euros. Destacando-se o apoio a diversos projetos como a Fruta Feia, que evita por semana o desperdício de 10 toneladas de fruta e legumes, exemplificou Luís Jerónimo, da Gulbenkian..A utilização dos fundos europeus nesta área da sociedade é gerida pela organização Portugal Inovação Social, que gere 150 milhões de euros de fundos europeus. "A missão é apoiar e dinamizar o mercado da inovação social. Estando previstas quatro modalidades de financiamento", apresentou o seu presidente Filipe Almeida. Neste menor no estão a funcionar três linhas de financiamento, estando previsto para 2018 o lançamento do último instrumento. O novo mecanismo de financiamento "é diferente", porque vai ser "o primeiro instrumento financeiro do fundo social europeu" e vai ser testado em Portugal..Os outros mecanismos já disponíveis incluem um financiamento de 70% dos fundos europeus (parcerias para o impacto), o desenvolvimento de competências (com 3 milhões de orçamento e 168 candidaturas) e os títulos de impacto social (projetos validados como política pública).