Veloso só não é o favorito incontestável para si próprio

Gustavo Veloso rejeitou hoje a estatuto de favorito inquestionável à vitória na 79.ª Volta a Portugal em bicicleta, mas mostrou-se preparado para controlar os adversários que o apontam como a principal ameaça.
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"Favorito incontestável não sei. Favorito sou, pelos últimos quatro anos. Mas as corridas ganham-se na estrada e não no livro da prova", ressalvou o galego da W52-FC Porto, campeão das edições de 2014 e 2015 e 'vice' das de 2016 e 2013.

Veloso assumiu que quanto mais favorito se é, mais complicado se torna lutar pela vitória final da Volta a Portugal. "Isto é como um jogo de póquer. Às vezes, temos de controlar sem que os outros percebam. Há atletas que, se calhar, não têm potencial para ganhar a Volta, mas que podem fazer com que os favoritos a percam", notou.

O líder 'dragão', de 37 anos, garantiu que ter tantos nomes fortes na equipa lhe dá tranquilidade, por saber que, se algo correr mal, haverá alguém para assumir o seu papel.

E é precisamente o seu nome e o da sua formação os mais vezes referidos pelos outros candidatos como grandes favoritos a subir ao pódio final, em Viseu, a 15 de agosto.

"Os grandes favoritos, sem sombra de dúvida, são a W52-FC Porto e o Veloso. Não será fácil contrariar a força deles, mas vamos tentar. Temos uma equipa muito forte. Além de mim, temos o [Alejandro] Marque e [Frederico] Figueiredo, que andam bem", resumiu Rinaldo Nocentini.

Tal como veterano italiano, que assegurou sentir-se em melhor forma do que no ano passado, também Alejandro Marque está preparado para lutar por uma vitória final para o Sporting-Tavira.

"No ano passado, tive aquela doença que me fez ficar parado durante um mês. Isso fez-me acelerar a preparação e, quando quis andar, o corpo não correspondeu. Este ano a preparação foi totalmente diferente e estou a sentir-me melhor", completou o vencedor da Volta a Portugal de 2013.

Outro dos eternos candidatos ao pódio, o português Rui Sousa (RP-Boavista), mostrou-se preparado para, apesar dos seus 41 anos, se intrometer numa luta que, à partida, não seria a sua.

"Sei que as dificuldades vão ser muitas, mas esta Volta tem um sabor especial, já que sou o mais velho do pelotão nacional. Sei que, provavelmente, há muito que deixei de contar para o totobola dos outros candidatos, mas estou cá para dar luta e espetáculo", recordou o vice-campeão de 2014 e terceiro das edições 2013, 2012, 2011 e 2002.

A experiência também será a arma de Sérgio Paulinho, que, graças ao apoio dos seus colegas e do staff da Efapel, soube reconverter-se, em tempo recorde, de gregário do WorldTour a candidato à geral da Volta a Portugal.

"A preparação foi boa, correu tudo dentro do esperado. Sinto-me bastante confiante e vamos lutar ao máximo para tentar contrariar a supremacia da W52-FC Porto", prometeu o português, de 37 anos.

Novato nestas andanças de favorito é o espanhol Vicente García de Mateos, que no ano passado redescobriu o trepador que havia dentro de si, foi oitavo classificado da geral final e hoje apareceu na Praça do Império, em Lisboa, onde decorreu a apresentação das 18 equipas da 79.ª edição, como chefe de fila do Louletano-Hospital de Loulé.

"Sinto-me bastante bem. As sensações nos últimos treinos foram as melhores de sempre, por isso espero estar na disputa. Com muita pena minha, penso que nesta edição vão estar mais atentos a mim", lamentou.

Menos confiante do que os outros candidatos está Edgar Pinto (LA Alumínios-Metalusa-Blackjack), que ainda não está a 100 por cento depois da queda que sofreu no Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela, no início de junho.

"Tive duas lesões seguidas, duas pequenas fissuras que me deixaram sem poder pedalar. Estar assim, a tão pouco tempo da Volta, sem poder treinar, desmoraliza", reconheceu o quarto classificado da edição de 2013.

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