Vizinho mata três muçulmanos por questões de estacionamento

Pai das vítimas responsabiliza retórica anti-muçulmana pelo crime. Alegado homicida defende ateísmo no Facebook e vizinhos dizem-no sempre zangado
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Centenas de pessoas concentraram-se, ontem, junto à mesquita da Associação Islâmica de Raleigh (Carolina do Norte) e no estádio de futebol que lhe fica em frente para participar nas cerimónias fúnebres de três jovens estudantes muçulmanos que foram mortalmente alvejados por um vizinho. A polícia, que reforçou a sua presença na área, acredita que desavenças sobre o lugar de estacionamento estiveram na origem do crime, enquanto familiares dos jovens garantem tratar-se de um "crime de ódio".

"Os media bombardeiam os cidadãos americanos com islâmico, islâmico, terrorismo islâmico e fazem com que as pessoas tenham medo de nós, nos odeiem e nos queiram fora daqui", disse Mohammed Abu Salha. E adiantou: "Por isso, se alguém tem qualquer conflito contigo, se te odeia, recebes uma bala na cabeça".

Psiquiatra e pai de duas das vítimas, Abu Salha fez a referida declaração depois de a polícia lhe ter afirmado que todas elas haviam sido alvejadas na cabeça.

Tudo aconteceu ao fim do dia de terça-feira quando um vizinho chamou a polícia por ter ouvido vários tiros e gritos. Ao chegarem ao local, um condomínio na cidade universitária de Chapel Hill, os agentes da polícia encontraram três cadáveres: Deah Barakat, de 23 anos, a sua mulher, Yusor Mohammad Abu-Salha, de 21 anos, e a irmã desta, Razan, de 19 anos.

Craig Stephen Hicks, de 46 anos, e que se descreve a si próprio como um ateu de "arma em punho" e é vizinho das vítimas, foi depois detido como alegado autor do triplo homicida.

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