O Partido Nacional Escocês (SNP na sigla em inglês), chefiado por Nicola Sturgeon, de 50 anos, está encaminhado para obter um bom resultado na votação no Parlamento local, com as projeções a darem uma clara vitória aos partidos pela independência. No entanto, as mesmas sondagens indicam que o apoio ao SNP e à causa secessionista já tiveram melhores dias, pelo que a dúvida é se a vitória terá um sabor doce ou agridoce. É que da dimensão da maioria depende a capacidade reivindicativa do governo escocês para exigir ao governo britânico a marcação de um referendo sobre a independência..As perspetivas de uma vitória esmagadora que pressionaria Boris Johnson a aceder dependerão, em última análise, da forma como os eleitores vão julgar o comportamento dos dois governos face à pandemia, por um lado, e o papel de Sturgeon no escândalo sexual que levou o seu antecessor Alex Salmond e, agora candidato, num processo que acabou em inimizade. E, graças à vacinação em massa, a pandemia já não é a arma de arremesso contra Downing Street como o foi durante os momentos mais dramáticos no país europeu com mais mortes por covid-19.."Não há dúvida que o SNP será reconduzido como o maior partido em Holyrood [o bairro onde está sedeado o parlamento], mas a sua perspetiva de uma maioria permanece no fio da navalha", comentou o diretor da empresa de sondagens BMG Research ao The Scotsman. "Com poucas oscilações desde a última sondagem em meados de março, não há provas reais de que qualquer partido tenha reunido um impulso significativo antes dos eleitores votarem", concluiu Robert Struthers..A sondagem efetuada pela sua empresa para o The Herald à BMG Research sugere que o SNP poderá chegar aos 68 lugares, enquanto o novo partido de Alex Salmond, Alba, poderá eleger dois representantes, e que os Verdes irão ter até nove lugares, o que significa que no melhor dos cenários para o lado independentista, o parlamento teria 79 deputados a favor do corte com Londres..Sturgeon repetiu esta semana o que está escrito no programa do SNP: "Não pode haver justificação moral ou democrática para Boris Johnson ou qualquer governo de Westminster obstruir o direito do povo da Escócia a decidir o seu próprio futuro." Isto partindo do princípio de que o seu partido vai renovar e ampliar os 63 mandatos, bem como dos restantes partidos nacionalistas em 129 lugares da assembleia de Edimburgo..Boris Johnson prometeu que, durante o seu mandato, não vai permitir que se realize um segundo referendo. Para o grande protagonista da campanha do referendo do Brexit, a votação de 2014 para a independência da Escócia, na qual o Não venceu ao Sim com dez pontos de diferença, a decisão é a "única numa geração"..Os nacionalistas escoceses não concordam com esse ponto de vista, porque pelo meio aconteceu a saída do Reino Unido da União Europeia e a Escócia votou de forma esmagadora contra o Brexit (62% contra 38%). De então para cá, os estudos de opinião demonstram que uma maioria dos escoceses discordaram da forma como o governo conservador de Johnson lidou com o processo. Além do mais, há setores da economia a pagarem a fatura, como é o caso das pescas..No entanto, o apoio aos nacionalistas não se reflete em suporte à independência. Há não muito, 54% dos escoceses dizia-se a favor da secessão. Hoje, há sondagens que dão o país dividido ao meio e a mais recente, desta semana, por parte da Savanta, indicou que 49% votariam Não num referendo e 42% Sim. Esse é outro ponto que divide Sturgeon e Salmond. O antigo líder de 66 anos quer o referendo a todo o custo e o mais urgente possível, e não hesita em chamar Sturgeon de "tímida" em relação ao dossiê..O programa do SNP prevê a realização de um referendo em 2023. "As pessoas que estão seriamente empenhadas em alcançar a independência compreendem que tentar terraplenar o caminho quase independentemente do estado da opinião pública arrisca-se a afastar aqueles que precisamos de persuadir", explicou Sturgeon..Seis milhões de eleitores vão decidir quem é o próximo mayor da cidade de Londres e, por extensão, da área metropolitana que movimenta um orçamento anual de 15 mil milhões de euros. As eleições foram adiadas um ano devido à pandemia, o que levou a algumas desistências. Mas entre os 20 candidatos mantém-se o atual autarca e claro favorito, o trabalhista Sadiq Khan..Prova da diversidade de Londres, ao descendente de paquistaneses, os tories candidatam Sean Bailey, de ascendência jamaicana. Os liberais e os verdes escolheram mulheres (Louisa Porritt e Siân Berry). Os londrinos podem ainda votar entre dois youtubers, dois adeptos de teorias da conspiração (um deles irmão de Jeremy Corbyn), a personagem satírica Count Binface, um reverendo nigeriano, uma ativista da Extinction Rebellion ou, por exemplo, um conservador que quer extinguir as ciclovias..cesar.avo@dn.pt