Henrique Sotero, que tinha 30 anos quando foi detido e trabalhava como engenheiro numa empresa de telecomunicações, molestou, durante mais de dois anos, jovens mulheres e adolescentes em elevadores de habitações situadas em Telheiras, Linda-a-Velha e Oeiras..Segundo os investigadores, escolhia as vítimas pela sua imaturidade e juventude, de forma a evitar resistência por parte das adolescentes..Foram-lhe imputados mais de 70 crimes, incluindo coacção sexual, rapto, violação, sequestro, roubo e ofensas corporais e ameaças. Após molestar as vítimas, apropriava-se, por vezes, de bens e dinheiro das jovens..As vítimas tinham quase todas menos de 20 anos, tendo algumas sido ameaçadas com armas brancas..Nas alegações finais, realizadas em Julho, antes das férias judiciais de Verão, António Rodrigues, advogado de uma das vítimas, pediu ao colectivo de juízes a condenação do "violador de Telheiras" a uma pena de 25 anos de cadeia, a máxima prevista pela lei portuguesa. .Durante o julgamento, Henrique Sotero assumiu a autoria dos crimes logo nas primeiras audiências e pediu perdão às vítimas, tendo a defesa alegado que o arguido sofre de "psicopatia mental", pedindo, sem êxito, que o tribunal reconhecesse a alegada inimputabilidade do réu..O "violador de Telheiras" tem como defensor o causídico Pereira da Silva, que, contactado pela Agência Lusa, disse apenas que "confiava na Justiça e nos tribunais" e que "pedir não custa", numa alusão à pena máxima pedida por uma das vítimas e à pena exemplar sugerida pelo MP. ."Pedir não custa. Por incrível que pareça, ainda confio nos tribunais portugueses", disse Pereira da Silva. .Henrique Sotero, que tinha namorada à data da prática dos crimes, foi detido em Março de 2010 e encontra-se detido no Estabelecimento Prisional de Lisboa.