Villas-Boas acusado de pôr em perigo o seu guarda-redes
O momento assustou. Aos 78 minutos do jogo da Premiership entre Everton e Tottenham, no último domingo, um choque entre o joelho do avançado Lukaku e a cabeça do guarda-redes Lloris deixou o francês do Tottenham estendido no chão com perda momentânea de consciência.
Depois de assistido pelos médicos, Hugo Lloris manteve-se em campo por decisão do treinador André Villas-Boas, o que tem merecido fortes críticas em Inglaterra e não só. Antes de mais, foi a Headway, uma instituição dedicada às lesões cerebrais, a abrir as hostilidades contra o técnico português, qualificando a decisão de manter Lloris em campo como "perigosa e irresponsável". "Quando um jogador, ou qualquer indivíduo, sofre uma pancada na cabeça suficientemente forte para o deixar inconsciente, é vital e urgente que tenha a atenção médica adequada. Ao continuar a jogar arriscou causar maiores danos ao cérebro. Deveria ter saído e sido imediatamente transportado a um hospital", referiu um responsável da Headway à BBC.
Mas também o diretor médico da FIFA já veio a público juntar-se às críticas, referindo que "Lloris deveria ter sido substituído", pois, segundo Jiri Dvorak, "era claro que havia uns 99% de possibilidades de que tivesse sofrido um traumatismo". "O facto de o outro jogador envolvido no lance ter necessitado de gelo no joelho é sintomático da extensão do golpe", acrescentou o médico do organismo máximo do futebol mundial.
Hugo Lloris manteve-se em campo até final e foi depois transportado para um hospital para exames que, segundo o Tottenham, não revelaram nenhuma alteração, pelo que o jogador pôde viajar durante a noite para Londres.
No final do jogo, Villas-Boas defendeu a sua decisão: "Decidi mantê-lo após os sinais que ele me transmitiu. Estava determinado e concentrado o suficiente para me convencer a não o substituir. E as defesas que fez depois disso provaram que foi uma boa decisão."