Vilarinho criou offshore para evitar execução de milhões pelo BES
Manuel Vilarinho admitiu, em entrevista à RTP, transmitida no Telejornal deste sábado, que constituiu uma offshore para evitar uma penhora, numa ação que lhe tinha sido movida pelo Banco Espírito Santo. O antigo presidente do Benfica garantiu que as autoridades portuguesas já conhecem esta situação há pelo menos quatro anos.
"As autoridades judiciais, designadamente o senhor doutor juiz Carlos Alexandre e o Ministério Público, ficaram a saber do porquê que eu tive que constituir uma opacidade na minha vida", disse. "E essa opacidade resultou de um problema muito grave que eu tinha com o Banco Espírito Santo - e ainda bem que o fiz porque resolvi a meu favor. Está resolvido e não tive que pagar as quantias que me queriam obrigar a pagar".
Em causa terá estado um diferendo motivado por uma questão de titularidade de dois lotes de 840 mil ações do Benfica, dos quais Vilarinho recusava ter sido o comprador. O empresário insistiu que não está arrependido das medidas que tomou: "Tinha dois ações judiciais no valor de dez milhões e 300 mil euros, do BES contra mim, e eu tinha que vender o meu património porque achava - como tinha razão para achar - que não tinha que pagar. Entretanto, as ações eram executivas. Se eu não me defendo desta maneira que defendi se calhar ainda agora estava a desembrulhar problemas"
O nome de Manuel Vilarinho surgiu, no âmbito da investigação aos Papéis do Panamá, por ser um dos gestores da offshore Soyland Limited Company, com sede no Estado do nevada, Estados Unidos.