Vila francesa oferece dois mil euros a quem decifrar mensagem com mais de 200 anos

Depois de vários historiadores e arqueólogos do país tentarem perceber a mensagem inscrita na pedra, o presidente da câmara decidiu levar o mistério da rocha Caro a nível internacional.
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Uma vila no oeste de França, Plougastel em Fenestre está a oferecer 2000 mil euros a quem conseguir decifrar uma inscrição de 20 linhas com mais de 200 anos presente numa rocha encontrada numa praia da vila há alguns anos. Depois de vários investigadores terem tentado decifrar a história por trás da rocha, apelida de de rocha de Caro, a vila decidiu dar a oportunidade a todos para poder compreender a mensagem.

"Nós perguntámos a historiadores e arqueólogos por aqui, mas ninguém foi capaz de elaborar a história por trás da rocha", disse Dominique Cap, presidente da vila Plougastel à BBC. "Então pensámos que talvez no mundo existam pessoas que tenham o tipo de conhecimento especializado de que estamos a precisar. Em vez de permanecer na ignorância, lançamos uma competição".

O apelo público é chamado de "O Mistério de Champollion em Plougastel-Daoulas" - em homenagem a Jean-François Champollion, o linguista que decifrou a Pedra de Roseta no século XIX e convida entusiastas linguísticos e arqueológicos a participar.

Os participantes devem responder a questões como quem gravou a pedra, em que idioma e codificações e para dizer o que, devem ser respondidas de acordo com o site Chasses au Tresor- caças ao tesouro -. Quando as inscrições terminarem, em novembro, um painel escolherá a interpretação mais plausível.

Até à data, os investigadores conseguiram identificar alguns pormenores mas insuficientes para compreender a totalidade da mensagem. Alguns números foram identificados na rocha: 1786 e 1787. Isto fez os investigadores acreditar que estes números se referem anos em que a inscrição foi feita. Também foi possível identificar a imagem de um navio com velas, um leme e um coração com uma cruz por cima, uma referência ao coração sagrado.

No que toca às letras, o caso torna-se mais complicado. Apesar de muitas serem letras francesas normais, algumas invertidas ou de cabeça de baixo e algumas letras Ø do estilo escandinavo, até à data, os investigadores encontram-se com dificuldade em decifrar a totalidade das linhas enigmáticas da rocha.

Numa parte da inscrição é possível identificar o segmento "ROC AR ... DRE AR GRIO SE EVELHAR AR VIRIONES BAOAVEL" e em outro lado pode-se ler "OBBIIE: BRISBVILAR ... FROIK ... AL". Acredita-se que a dificuldade na decifração se deve à linguagem utilizada ser um velho bretão ou basco e que o autor das linhas pudesse ser pouco alfabetizado.

Os investigadores criaram várias teorias para explicar a inscrição. Uma delas é que as letras podem relacionar-se com o som das palavras quando são ouvidas. Outra é que a inscrição está ligada à construção de defesas navais perto deste ponto. Um forte e colocações de armas - cujos restos ainda podem ser vistos - foram erguidos na vila na década de 1780 para proteger a Baía de Brest devido à guerra entre França e Inglaterra.

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