Victória Guerra: Shooting Star antes de filme com Malkovich e Glenn Close

Victória Guerra foi escolhida para desfilar ao lado dos melhores jovens atores europeus na Berlinale no Shooting Stars. Em setembro chega um filme onde contracena ao lado de Malkovich e Glenn Close.
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Houve um rosto português a pisar o palco do Palast na cerimónia dos Shooting Stars. Victória Guerra recebeu das mãos do ator inglês Timothy Spall a estatueta Shooting Star 2017. Há dez anos que nenhum ator português estava selecionado para ser uma das estrelas do amanhã que desfila no Festival de Berlim, uma iniciativa da European Film Promotion para dar visibilidade ao cinema europeu e aos seus jovens atores.

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A atriz que foi a dinossaura de Nuno Markl em Refrigerantes e Canções de Amor explicou ao DN que foi um prazer estar neste grupo que inclui também, entre outros países, talentos da Alemanha, Roménia ou Holanda: " foi mesmo significativo receber o prémio das mãos do Timothy Spall e tê-lo a dar-nos dicas. Disse para nós seguirmos sempre as personagens. Se servirmos a personagem também ficamos servidos. Senti uma sensação muito boa...E disse também que é importante termos muita paciência pois este pode ser o primeiro prémio de muitos ou o único em toda a nossa carreira", contou. Mas importa corrigir, os escolhidos para a iniciativa Shooting Stars não competem entre si, a estatueta que vencem é cortesia do patrocinador e funciona como distinção de terem sido escolhidos - Portugal todos os anos propõe alguém e é depois o júri da European Film Promotion quem decide os eleitos. Um critério que passa pela qualidade do ator e a sua margem de progressão. Não há muitos anos atrás, todos os países da União Europeia conseguiam colocar um ou uma representante, tendo saído destas seleções de esperança nomes como Rachel Weisz, Daniel Craig ou Cecile de France.

Diogo Infante, Francisco Nascimento e Nuno Lopes foram alguns dos portugueses que já beneficiaram deste enorme holofote que possibilita aos atores contactos com agentes, diretores de casting e convívio com realizadores de peso. Victória Guerra confirma que a agenda é implacável: " ontem estivemos todos três horas com diretores de casting do mundo inteiro. O que é incrível é que ficam logo com o nosso email. Ainda ontem, uma diretora de casting, pediu-me para enviar um vídeo meu com excertos dos meus papéis. Disse-me que queria logo tentar algo para mim. A agenda é duríssima! No outro dia só consegui almoçar às 5 da tarde. Temos sessões fotográficas umas a seguir às outras e até fizemos uma curta-metragem muito divertida. Uma curta composta por histórias de casais que vão visitar um psicólogo".

Segundo nos conta, a sua próxima estreia em cinema tem selo em Hollywood e está marcada provisoriamente para setembro. Será pela mão de Damian Harris e é uma comédia com Glenn Close, Wilde Wedding, um projeto que está rodado já há algum tempo. O tipo de filme que a poderá projetar ainda mais depois de pequenas participações em Cosmos, de Andrzej Zulawski e Até Nunca, de Benoît Jacquot.

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Entretanto, a atriz continua em alta no cinema português e será vista ainda este ano em Aparição, adaptação do livro de Vergílio Ferreira por parte de Fernando Vendrell.

E porque na Berlinale não se dorme e nas festas também os contactos costumam ser profissionais, Victória também teve entrada VIP nas festas. Na noite da gala Shooting Stars foi obrigada a ir à respetiva festa (vedada à imprensa), mas depois fez questão de dançar na festa do festival de Espinho, o FEST, na qual o DJ de serviço era Nuno Lopes e os vinhos bem portugueses. Foi uma das grandes enchentes das festas da Berlinale.

Sobre os protestos contra a nova lei do setor, é peremptória: "não estou bem dentro do assunto, confesso. Quando ontem me apresentei ao diretor do festival ele só disse que estava feliz porque este ano selecionaram muito cinema português. Fico triste pela situação, não concordo propriamente com a nova lei".

Em Berlim

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