Vício Intrínseco

Leia aqui a crítica de João Lopes à adaptação cinematográfica do romance de Thomas Pynchon, o novo filme de Paul Thomas Anderson que retrata os psicadélicos anos 60.
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JOÃO LOPES (Classificação 5/5)

O génio narrativo de P. T. Anderson

Magnólia (1999). Haverá Sangue (2007). O Mentor (2012). E, agora, este admirável Vício Intrínseco. Paul Thomas Anderson é, de facto, um dos mais talentosos narradores do cinema contemporâneo (americano ou não). Neste caso, ele adapta o romance homónimo de Thomas Pynchon para construir uma visão de Los Angeles, na passagem das décadas de 1970/80, que tem tanto de ajuste de contas com as frágeis utopias herdadas dos sixties, como de amarga nostalgia do clássico cinema "noir". Através das atividades de um pouco exemplar detetive privado (brilhantíssimo Joaquin Phoenix), deparamos com um mundo de muitas máscaras em que cada um parece existir como o fantasma da sua própria sombra. O resultado é mais um filme "coral", capaz de encenar um certo sentimento coletivo de pertença em que, estranhamente, proliferam as mais radicais formas de solidão individual.

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Ficha de Filme

Título original: Inherent Vice

Realizador: Paul Thomas Anderson

Com: Joaquin Phoenix, Josh Brolin, Reese Witherspoon

Ano: 2014

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