Vice-presidente brasileiro cancela viagem a Lisboa

Michel Temer não dá justificação, mas cancelamento acontece em plena crise política.
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O vice-Presidente brasileiro, Michel Temer, cancelou hoje a sua viagem a Lisboa, agendada para o final do mês, ocasião em que o seu partido organiza uma reunião decisiva para a continuidade da coligação governamental no Brasil.

A notícia foi confirmada à agência Lusa pela assessoria de Michel Temer, também líder do Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB), que, no entanto, não quis apresentar uma justificação para o cancelamento.

O seminário "A Constituição no contexto das crises política e económica" já estava marcado há algum tempo para os dias 29 a 31 de março, mas acabou por coincidir com a data de um encontro do PMDB sobre a hipótese da saída definitiva do Executivo.

A 29 de março, o PMDB, que tem sete ministros no Executivo, poderá condicionar as possibilidades de Dilma Rousseff finalizar o seu segundo mandato.

Integrantes do Governo de Dilma Rousseff encararam o encontro em Lisboa como um pretexto encontrado por Gilmar Mendes, sócio-fundador do Instituto Brasiliense de Direito Público - uma das instituições que organiza o evento -, para reunir alguns dos principais líderes do movimento pró-destituição, com vista a tentar derrubar a Presidente, segundo a imprensa brasileira.

Gilmar Mendes é o magistrado que julgou na sexta-feira uma providência cautelar do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e do Partido Popular Socialista (PPS) para suspender a posse do ex-Presidente Lula da Silva no cargo de ministro da Casa Civil.

O seminário "A Constituição no contexto das crises política e económica" terá lugar em Lisboa entre 29 e 31 de março, e é promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público em parceria com a Universidade de Lisboa.

Estão confirmadas as presenças dos senadores Aécio Neves e José Serra, ambos do PSDB, da oposição, e também do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, e do magistrado do STF Dias Toffoli.

A imprensa brasileira tem dado conta de vários encontros entre elementos do PMDB e do PSDB para discutir um possível governo pós-destituição, em que Michel Temer assumiria a Presidência da República.

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