Direção de Ventura eleita com 79%
Ventura tinha pedido uma "maioria reforçada", acima dos 50% dos votos, quer para a sua lista quer para a moção global de estratégia, que se se considera ser votada juntamente com a direção nacional.
Para a direção nacional, votaram 377 delegados, tendo-se registado 312 votos a favor, 29 abstenções e 36 nulos.
Os resultados foram anunciados pela mesa do congresso cerca das 16:00, pouco antes de começar a sessão de encerramento, já com uma hora de atraso, com os discursos do líder da Liga, Matteo Salvini, da extrema-direita italiana, e de André Ventura.
Um empate na votação para a mesa do congresso nacional vai obrigar à repetição da eleição para este órgão no congresso do partido.
"Gostaria de ter uma maioria reforçada e que o partido perceba a importância que estas eleições podem ter para o nosso futuro e que os militantes deem um sinal positivo, mesmo os que podem não concordar com alterações", referiu André Ventura aos jornalistas, antes de votar para os órgãos do partido.
O dirigente fez votos de que os militantes olhassem "para o projeto e lista apresentados" e fizessem "a escolha numa lista que tem condições de assegurar a chegada ao governo nos próximos anos", reforçando o objetivo de que o Chega seja um partido de poder.
"Não estamos aqui só para o folclore político" e "não queremos ser um Bloco de Esquerda de direita", disse ainda.
O projeto, disse, "foi claro" e passa por "não fazer coligações fictícias", mas sim "imposições ao PSD em matéria de Governo".
Depois da saída de três vice-presidentes da direção, Ventura relativizou as críticas, diretas e indiretas, que se ouviram dos excluídos, afirmando ser natural que "quando há mudanças há resistências".
E garantiu que foi "atempadamente falada" a mudança na direção do partido.
Tal como tinha anunciado no sábado, André Ventura remeteu a discussão do programa político do partido, mudança que originou controvérsia interna, das atuais 60 páginas para cerca de 15, para a primeira reunião do conselho nacional após o congresso.
Apesar de estar previsto na agenda da reunião de Coimbra, o líder justificou o adiamento com a "complexidade do documento" e que seria "extemporâneo realizar esse debate hoje".
atualizado às 16.23