O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou esta segunda-feira a Venezuela de "continuar a violar" o direito à liberdade de reunião e de dispersar de forma "violenta" as manifestações..Numa nota enviada à agência de notícias espanhola EFE, o organismo da ONU expressou a sua preocupação porque "as autoridades venezuelanas continuam a violar o direito de reunião pacífica ao dispersar de forma violenta as manifestações"..O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas instou as autoridades venezuelanas "a cessar o uso de força excessiva para reprimir as manifestações" e reiterou a necessidade do respeito pelo princípio da liberdade de reunião pacífica..Além disso, o organismo pediu a todas as partes envolvidas na crise venezuelana que não façam uso da violência para expressar as suas opiniões e posicionamentos políticos..O Escritório do Alto Comissário "lamentou" a morte de cerca de uma dezena de pessoas no domingo, durante a realização das eleições para a Assembleia Constituinte.."Fazemos um apelo para que essas mortes sejam investigadas de forma rápida, eficaz e independente e pedimos a total cooperação do Governo com as investigações", referiu o organismo..Além disso, o Escritório também referiu os registos de casas que as forças de segurança realizaram no fim de semana, considerando a ação "preocupante" e apelou às autoridades que garantam que as forças de segurança "parem com esta prática ilegal"..O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou hoje que 8.089.320 pessoas votaram, no domingo, nas eleições para a Assembleia Constituinte, enquanto a oposição afirmava, a escassas horas do fecho previsto das urnas, que a participação era de 12%..Pelo menos dez pessoas morreram, na sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral, indicou o Ministério Público venezuelano..A convocatória para a eleição foi feita a 01 de maio pelo Presidente, Nicolás Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos..A oposição venezuelana acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes..Mais de cem pessoas foram mortas nos protestos antigovernamentais que têm agitado a Venezuela desde o passado dia 01 de abril.