Portugal participa na reunião do Grupo de Lima como observador, sendo representado pela embaixadora em Bogotá, Gabriela Soares de Albergaria, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva..O Grupo de Lima é formado pelos chefes da diplomacia da Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia..A reunião realiza-se, esta segunda-feira, após um fim de semana de violência nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e o Brasil, com um saldo de pelo menos quatro mortos e centenas de feridos, quando a oposição ao regime do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tentou fazer entrar no país ajuda humanitária..Maduro justifica a recusa da ajuda humanitária por considerar que se trata de uma ação de propaganda política da oposição e um primeiro passo para uma invasão estrangeira..No rescaldo da violência, Juan Guaidó anunciou que irá pedir formalmente à comunidade internacional que mantenha "abertas todas as opções para conseguir a libertação" da Venezuela..Também o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que "todas as opções estão sobre a mesa" para "garantir que a democracia prevalece" na Venezuela e avisou que Washington "vai tomar medidas" após os distúrbios no sábado..Em reação, o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, disse que Mike Pompeo está "desesperado" em busca de um "pretexto para a guerra"..Governo português contra intervenção militar.Portugal e Espanha disseram no domingo, pelos respetivos chefes da diplomacia, que se opõem a uma intervenção militar na Venezuela.."Para nós, a solução política de que a Venezuela carece não se obtém através de uma intervenção externa. Essa intervenção só agravaria ainda mais o problema. Há países que têm dito que todas as soluções estão em cima da mesa. Não é essa a posição da União Europeia. Nós achamos que a solução por via de uma confrontação interna não é solução, e a solução por via de uma solução externa também não é solução", declarou o ministro português Augusto Santos Silva à Lusa..O Presidente da Colômbia, Iván Duque, que esteve com Juan Guaidó na fronteira com a Venezuela, disse que o Grupo de Lima deverá apertar o cerco diplomático ao regime de Caracas, sem se deixar levar por "discursos belicistas"..O cerco diplomático, disse Duque, permitiu que "um grupo muito importante de países já reconheçam Juan Guaidó"..O presidente do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente da República interino há um mês, com a promessa de convocar eleições, e reuniu o apoio de meia centena de países, incluindo de Portugal e da maioria dos Estados-membros da União Europeia.