O Grupo de Lima "reitera a sua convicção de que a transição para a democracia deve ser conduzida pelos próprios venezuelanos pacificamente e em conformidade com a Constituição e o direito internacional, apoiada por meios políticos e diplomáticos, sem uso da força", de acordo com o texto final lido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros colombiano, Carlos Holmes Trujillo, adiantou a Efe..A declaração expressa "o direito de todos os venezuelanos a viver em democracia e liberdade" e reitera o seu apoio à realização de "eleições livres e justas, abertas à participação de todas as forças políticas, com acompanhamento e observação internacional, organizadas por uma autoridade eleitoral neutra e legitimamente constituída"..O documento enfatiza ainda que umas novas eleições democráticas "exigem a saída imediata de Nicolás Maduro [Presidente da Venezuela] e o cessar da usurpação, respeitando a autoridade constitucional da Assembleia Nacional e do presidente interino, Juan Guaidó"..O Grupo de Lima reuniu-se hoje em Bogotá com a presença do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela há já um mês..Na agenda do encontro estava o objetivo de "apertar o cerco diplomático" a Maduro, depois de falhada a tentativa, no sábado, de fazer entrar ajuda humanitária na Venezuela, tendo o dia ficado marcado por mortes, feridos e episódios de violência..O Grupo de Lima também pediu ao Tribunal Penal Internacional que "tenha em consideração" a "grave situação da Venezuela e a negação de acesso a assistência humanitária, que constituiu um crime de lesa humanidade"..A recusa em deixar entrar ajuda humanitária foi igualmente condenada da declaração conjunta, que critica as "ações deliberadas do regime ilegítimo de Nicolás Maduro que, sem considerar o sofrimento da população", proibiu a entrada de ajuda humanitária no passado sábado para aliviar a crise que se vive na Venezuela, "submetendo intencionalmente os venezuelanos e a população mais vulnerável a uma sistemática privação de alimentos e medicamentos e ao acesso a serviços básicos, para assegurar a sua permanência no poder"..A resolução prevê também manter uma coordenação com os representantes do Governo de Guaidó, "tendo em vista o regresso da democracia e da reconstrução económica" da Venezuela..O Grupo de Lima apela ainda às Forças Armadas venezuelanas para que reconheça Guaidó como seu comandante supremo, exortando-as a que, "fiéis ao seu mandato constitucional de servir em exclusivo a nação e não uma pessoa, parem de servir como instrumento do regime ilegítimo de Nicolás Maduro para a opressão do povo venezuelano e a violação sistemática dos seus direitos humanos"..O discurso a defender uma solução pacífica e constitucional marcou as declarações de líderes políticos, sobretudo sul-americanos, que foram sendo conhecidas ao longo do dia..O Grupo de Lima, composto pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lucia, foi criado em 2017, quando a Venezuela foi palco de violentas manifestações, que causaram 125 mortos..A maioria dos membros do grupo pediu ao Presidente venezuelano que abandone o poder..A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do chefe de Estado Nicolás Maduro..Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres..Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.